quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Último dia de 2008


E um breve passeio pela praia... entre o dia e a noite, praia deserta e aquele aroma fresco que faz lembrar os ventos novos que 2009 irá trazer.
E eu gosto da praia com frio.

domingo, 28 de dezembro de 2008

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

10 redondos anos



10 anos depois ...
sou muito mais feliz
a teu lado

Não é preciso mais palavras...



Venham mais 10 e logo falaremos se tal como o vinho do Porto... quanto mais velho melhor!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

"Natalando"


Este ano o ânimo para o Natal não é muito.
Talvez pelo estado económico do Mundo e de todos nós.
Talvez porque chegamos a um ponto em que contamos trocos para tudo, pois tudo tem que ser extremamente bem ponderado e analisado antes de ser comprado.
Porque a vida gira em torno do dinheiro.
Ninguém enche a barriga de amor.
Infelizmente...
Para quem alguma vez tenha duvidado - nós estamos a viver no Inferno, naquilo que tememos enquanto vivemos, ludibriados pelo Diabo acreditamos que quando morrermos ou vamos para o Céu ou para o Inferno.
Andamos aqui a penar.
Tem como finalidade elevar a alma, porque as almas não aprendem de outra maneira, se não a penar, a sofrer.
Se pensarmos nas vezes que somos felizes, na quantidade de anos que vivemos, chegamos à conclusão que nunca somos felizes sempre nem para sempre, tenhamos nós os bens materiais que tivermos, por isso...
Resta áqueles que se derem conta disto, aprender a viver fora do seu umbigo, aprendendo com humildade necessária para conseguir compreender, saber ouvir e conseguir perdoar.
Sem falsos juízos.
Enfim... fica a reflexão do meu estado de espírito actual.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Natal em prendas

Fiz uma opção este ano.

Não quero sair de casa para fazer as compras de Natal.
Não me apetece ficar em filas intermináveis.
Tenho por hábito poupar os meus filhos de andarem comigo nas voltas das prendas de Natal, mas satura-me ver as crianças dos outros tão cansadas daquele ritmo de shopping alucinante, e os pais completamente em furia pelo desassossego dos filhos.
Cansei-me só de pensar na confusão.

Nestes últimos 3 dias gastei 205,32€ e tenho 27 prendas prontas, curto fazer os embrulhos e, até o papel de embrulho é comprado na papelaria à frente da minha casa... sem filas.
Aproveitei imensas promoções online e poupei o meu carrito, que também está a precisar de uma prenda do mesmo valor, mas...

Agora os culpados pelo conforto natalício:
O Jumbo (detesto... um episódio para esquecer... fica para outro post) e o Continente (meu querido Belmiro...) entregam-me as prendas em casa, pago pelo MB portátil.
A Wook pago antes por transferência e a Worten pago nos CTT, tenho que ir levantar aos Correios.
A La Redoute pago com vale CTT tenho que ir à 5àSec aqui perto (fora de centros comerciais).

Fixe, não é?

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Presos à vida


A "pancada" é minha.
No "meu tempo" eram poucos os carros que tinham cintos de segurança à trás, mas eu sempre tive a mania de me sentar direita, ciente dos perigos da estrada (estamos a falar de pensamentos de há 20 anos atrás, em que o trânsito nada tinha a ver com o de hoje em dia).

Hoje a estrada é uma selva.
Há condutores mais domésticos do que outros, mas... os acidentes acontecem, e atenção que há acidentes que acontecem sem que a gente tenha alguma coisa a ver com o assunto, somos é... levados na fila.
Por isso eu "trabalho" muito com o espelho retrovisor, e este já me safou de alguns sustos provocados por condutores traseiros distraídamente selvagens.


Cresci e sempre quis estar actualizada sobre a segurança infantil. As cadeiras de segurança automóvel para bebés e crianças sempre foram a minha prioridade.
Vejo, apalpo, viro, aperto, desaperto, até encontrar uma cadeira que satisfaça os meus critérios de avaliação, depois de ter passado pelos da UE.

Abomino quem não prende as crianças à vida, dentro de uma arma mortífera = automóvel.
Quem é que nos nosso tempos actuais, aqueles em que há carros e mais carros, filas para tudo, buzinadelas, apertões, asneiradas, distracções, etc., etc., etc, é capaz de transportar crianças sem cadeira própria, sem cintos de segurança e PIOR à solta no banco da frente?
Têm ideia do que é não se conseguir segurar a 20 km/ hora, perante uma travagem forçada?
Não? Então experimentem? A sério!
Fiquem sem cinto, felizes da vida (porque as crianças não têm noção do perigo, é por isso que os pais são sempre mais velhos do que os filhos), sim na vossa rua, onde dizem nunca nada acontece, sim nessa mesma rua, ohhhh um cão -- prego a fundo... ohhhh doeu?
Imagine uma criança com muito menos peso que você!


Há quem tape a inconciência e transporte crianças:
- com o cinto de segurança demasiado solto, onde o bebé facilmente tira o braço e é projectado tranquilamente contra o vidro do carro;
- no banco da frente com o cinto à frente da cara, onde facilmente lhe é cortada uma vista caso aconteça um embate ou uma travagem brusca de emergência;
- com o cinto de segurança do carro (3 pontos) perpendicular por baixo do braço, que a grande maioria das pessoa utiliza como seguro, acaba por esmagar o figado da criança (um orgão vital) no caso de uma travagem brusca ou embate;
http://www.apsi.org.pt/conteudo.php?mid=24101112

Numa emergência, quando tivermos mesmo que transportar uma criança no automóvel sem cadeira, deve-se colocar a crianças SEMPRE no banco traseiro, de preferência no lugar do meio, presa com o cinto justo (sem vincar). Aquele cinto de apenas 2 pontos de segurança.
NUNCA colocar o cinto de 3 pontos, ou seja o perpendicular a vincar a cara da criança, nem debaixo do braço!
Mais vale colocá-lo para trás das costas.
E relembro que estou apenas a falar de emergências, que podem acontecer.
Caso contrário transportar bebés ou crianças sempre em cadeiras apropriadas.

ATENÇÃO aos bebés até 18 meses, pois têm pouca destreza na força do pescoço.
Infelizmente sei de uma senhora, e vou contar este episódio, para que possa ajudar a actualizar mentalidades que um dia podemos ser os "outros", daquele ditado do "só acontece aos outros":
Uma mãe ía numa rua de pouquíssimo movimento, com o seu 2º filho de 18 meses preso na cadeirinha no banco de trás, tinha acabado de deixar o seu 1º filho com 5 anos na escolinha.
Um cão atravessou-se à frente do carro e ela teve que travar a fundo.
O carro desligou-se.
Ela saiu e foi ver se tinha atropelado o cão.
Felizmente não, ele corria no outro lado da rua.
Ela entra no carro.
Fala com o filho e olha para trás.
A criança estava com a cabeça pendurada.
Partiu o pescoço.
Morreu.
Assim... tão estupidamente com um segundo.

Por isto e por muitas mais histórias, por todas as mães que já perderam filhos nas estradas, vítimas de acidentes de viação - PRENDAM OS VOSSOS FILHOS À VIDA!

sábado, 29 de novembro de 2008

Cinema


É uma das minhas paixões.

Já tive alturas em que saía de uma sala e entrava na outra, a companhia não era importante, porque quando eu estou a ver um filme gosto de me abstrair.

Detesto ir ao cinema e ficar atrás.... terrível para quem quer apreciar a diferença entre ver um filme no cinema e em casa.
Fico passada com as conversas, os barulhos que se ouvem atrás e até no meio.
Por isso eu fico entre a 5ª e a 7ª fila.

Lembro-me da 1ª vez que fui ao cinema, fui ver a Branca de Neve e os 7 anões em Lisboa.
Outra sessão que me marcou, foi uma surpresa que o meu pai me fez, levando-me a ver o Jurassic Park (1) à sala 1 do São Jorge em Lisboa, magnífica sala, altamente inovadora para a altura.

A sala que me espantou recentemente, pela positiva claro, foi a Cinemax.
Muito idêntica à da foto, temos imenso espaço, estico as pernas e mesmo assim não toco na cabeçeira da cadeira da frente, sim porque esta sala nós ficamos com os pés na cabeça dos da frente.
Tem uma tela ENORME, um excelente som, óptima temperatura (não é aquele gelo das salas Lusomundo) e um sistema digital fantástico!
Entrei lá pela primeira vez quando fui ver pela 2ª vez o último filme dos "Ficheiros Secretos" (sim eu sou daquelas que é capaz de ir mais do que uma vez ver o mesmo filme ao cinema).

Ontem fomos os 4 ver o Madagáscar nessa sala, foi o primeiro filme em que o Afonso nem se mexeu da cadeira.
Por isso temos outro fã!

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Temperaturas cá por casa


Esta lareira já veio com a casa.
Serve para aquecer unica e exclusivamente a sala... ficamos todos com as bochechas rosadinha no Natal, saímos da sala petrificamos.
Gosto deste modelo com recuperador, dá a meu ver mais segurança.




Este aparelho a gás ajuda no aquecimento de toda a casa, move-se consideravelmente bem.
Foi a aquisição do ano passado (obrigada mãe).
Este com um calor mais forte, aquece bem e depressa.
Tem válvula de segurança.



Este aparelho mora na casa de banho - termoventilador. Fica tudo rápidamente quentinho para que as banhocas sejam mais prazeirosa. Uma engenhoca muito bem pensada, muito meu amigo.





Agora esta terá que ser a nossa nova aquisição.
Por isso senhor pai natal - eu e o pai cá de casa queremos um brinquedo destes, ok?
Obrigadinha :D


Se sou friorenta?
Sou, no Inverno.

Se sou encalorada?
Sou, no Verão.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Modernices


Quero digitalizar todas as folhas soltas que o Afonso tem orgulhosamente trazido da escolinha, mas não tenho conseguido ter tempo para andar no outro computador.

Num mês o miúdo que nunca tinha feito este tipo de trabalhos, consegue escrever o "a - e - i - o -u" e "1 -2 -3 -4 - 5 - 6 - 7 - 8 - 9 - 10".
Faz desenhos com nuvens azuis, sóis amarelos, flores com o pé verde e a flôr vermelha e amarela, faz pássaros, árvores, peixes, barcos e eu pasmada a ver e a orgulhar-me.
Pelas palavras desta nova ama ele não tarda sabe ler... ok... a ler? o meu bebé tem 4 anos certo? pois... parece-me que não tarda também este meu bebé está a ir para o 1º ano do ensino básico, "antiga" 1ª classe...

Não consigo deixar de me espantar ao ver a reacção do Afonso a esta mudança.
Ele que estranhava tudo, nesta ama ficou lindamente, já conta com quase 2 meses lá.
Adora o marido da ama, que lhe faz as vontadinhas todas: monta-lhe baloiços e leva-o a ver a cadelinha que ele adora.
Gosta da ama, mostra-me orgulhoso os trabalhos e aponta para aqueles que não estão tão perfeitos e diz "isto tá uma pôcaria!". Pede à ama trabalhos para trazer para casa e, mal chega a casa já sabe o que tem a fazer (nunca durante muito tempo), sempre muito responsável com o caderno dos trabalho que me obrigou a comprar.

O Rafael está bem na escola, sem Bons este ano, mas sem complicações algumas, precisa de aprender a estudar a escrever e tomar notas, ainda está muito naquela de estudar é só fazer trabalhos de casa.
Prometi-lhe uma boa festa de anos (à escolha dentro do orçamento) se ainda este período trouxer Bons nos testes.
Vamos ver se consegue fazer para merecer.
Estou apenas a cumprir o meu papel de educadora.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Apontamentos meus


Sinto-me bem nesta nova posição profissional e emocional.
Estou bem como estou, gosto muito do meu emprego, da responsabilidade, da movimentação, da confiança... gosto.
Esta fase de ser mãe de um rapaz com quase 10 anos e de um miudo de 4 anos, consegue-me preencher de tal forma que não tenho qualquer vontade ou necessidade de ter outro filho.

Já estive em uma ou duas situações onde não era suficientemente feliz com o meu trabalho, e quando a vontade de ter outro filho era quase uma necessidade física e emocional.
Ter 2 filhos prencheu-me bastante como mulher.

Tenho a meu lado um marido que me ama e que me faz sentir amada, que se esforça por melhorar, que é extremamente humano e verdadeiro, no qual tenho toda a confiança especialmente como amigo.

É preciso focar as pequenas coisas, detalhes quase minúsculos mas que preenchem o nosso dia-a-dia, para nos considerarmos felizes.
Suficientemente felizes para nos amarmos e deixarmos que nos amem, de coração aberto.

Sentir e ouvir são sentidos demasiado importantes para que deixemos de lhes dar ouvidos.
Se pensarmos bem, bem... a felicidade humana resume-se a sensações, merecedoras para qualquer pecador com a grande diferença na sua evolução interior, dependendo do seu grau de evolução é baseada a forma de se focar em si mesmo mais do que focar-se na vida alheia... é aqui que reside o segredo.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Ambição profissional


Se eu não tivesse filhos seria uma workaholic.
Não tenho dúvidas disso.

Por vezes no silêncio do fim do dia, quando estamos bastante acordados sentimos uma capacidade imensa de continuar.
Por mais frio que possa parecer, eu seria capaz de abdicar da lenga lenga do final do dia: jantar/ roupa/ mais roupa/ limpezas/ banhos rápidos, por umas horas extra no trabalho.
Tivesse eu alguém que me desse o apoio na casa e nos miudos.

Talvez se tudo isso se processasse assim eu conseguisse ter fins de semana em família descontraidamente, com mais tempo e cabeça para fazer pequenas coisas com os miudos, coisas essas que resumem a maternidade (deveres e direitos).

Provavelmente um dia.
Sou suficientemente ambiciosa na minha profissão para que um dia isso possa acontecer, não só para meu brio profissional como também para a minha qualidade de vida pessoal.


Em 2 anos consegui superar as minhas expectativas.
Dei um passo grande profissionalmente, aprendi muitas coisas, cresci na minha profissão e amadureci pessoalmente, mas principalmente acreditei em mim, na minha evolução.

Talvez para o ano quando completar 30 anos me sinta no meu auge, na minha melhor fase como pessoa. Acredito que sim.

Acredito que o acreditar é essencial.
Ter uma ambição saudável, saber ser paciente no local de trabalho, esperar pelo melhor momento para falarmos de algo que nos desagradou, são factores importante, nada de "pêlo nas ventas", nem de "sangue quente", para quê?
Como o outro diz - - - vale a pena pensar nisto

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Pequenos apartes

Nas nossas habituais "Conversas de carro":

Afonso: "mãe hoje a Ia tava sentada na cadeira e caiu assim (faz os gestos) e foi p'óspitál"
Eu: "foi filho? e ela magoou-se?"
Afonso: "sim, foi p'óspitál!"
Rafael: "ela magoou-se onde, Afonso?"
Afonso: "no CHÃO!! oh!"

ah ah ah ah ah ah ah
(eu e o Rafael fartámo-nos de rir)


Rafael: "não Afonso, ONDE é que ela se magoou (e apontava) no braço, na perna..."
Afonso: "na cabeça, oh!"

Mas esta conversa com aquele ar que só o Afonso consegue fazer... é demais!
É mesmo uma lufada de ar fresco ao fim de um dia de trabalho.

A lingua portuguesa é muuuito traiçoeira!

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Opiniões


Quando em Portugal as respostas são evasivas, sempre dá para para pedir opiniões estrangeiras.
Já tinha tido uma boa experiência com o pessoal médico brasileiro e optei por contactar um neurologista.
Os médicos brasileiros são mais pessoais, sem narizes empinados nem manias do estatuto da nomenclatura, aprendem a ser médicos reais, repeitando e sabendo ouvir todo e qualquer paciente, é uma forma de exercer medicina que a mim me fascina.
A meu ver são mais práticos e directos, conseguem mesmo a milhares de km de distância tranquilizar e aconselhar.

"Prezada Diana,
Com o passado de provável teníase na infância, passo a considerar como bem real a hipótese de que tenhas cisticercose, na forma racemosa, comprometendo a área de linguagem.
Seriam as tais lesões císticas detectadas pelos métodos de imagem.
E recordo que elas estão situadas bem próximas a ela e desta maneira seriam responsáveis por provocarem atividade elétrica aberrante e em consequência sua disfunção temporária na fala. Assim, gostaria de lhe recomendar, e fortemente, uma análise do líquido céfalo-raquidiano para que se confirme/descarte esta possibilidade que agora passa a ser a número UM.
Caso confirme-se este diagnóstico, rogo manter a calma, pois ela tem bom tratamento/prognóstico.
Fico contente por teres me enviado a informação mais importante para um raciocínio médico, detalhes da sua história.
Um abraço e boa sorte.
P.S.: 1.Na eventualidade de novas mensagens, solicito acessar a sessão fórum da página pessoal; assim, seria facilitada minha comunicação contigo.
PS:2. Tenho que admitir, sem qualquer orgulho pátrio ou menosprezo ao seu país, que seu caso seria mais facilmente diagnosticado e resolvido caso morasses no Brasil. Soa irônico isso, mas é a mais pura verdade.
Meus colegas portugueses deveriam raciocinar ao estilo SS (=Sofisticadamente Simples)...seriam bem mais eficientes na arte da curandeiragem.
Ressalto, para mim, "curandeiro" é um título nobre que somente aplico aqueles realmente Médicos."


Confesso que adorei o termo "SS", muito bem enquadrado.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Sangue frio

"Hoje o Rafael caiu de costas e fez uma ferida na cabeça, no intervalo da escola enquanto jogava à bola (pisaram-lhe um pé).
Fui chamada pelo professor que queria a minha opinião.
Fui lá.
Estava com um galo na nuca do lado direito um bocadinho feio.
Tinha sangue, alguma pele arranhada e um pedaçinho levantada.
Não me pareceu nada profundo, nem ao professor nem à auxiliar.
De roda já estava a ficar uma auréola arroxeada.
Fiz-lhe uma perguntas para testar a memória, olhei-o estava perfeitamente normal, um pouco assustado especialmente quando lhe falaram em Hospital.
O teste básico de tocar no nariz, fazer o quatro (que eu fiz bem quando tive o meu traumatismo), tudo estava bem.
Eram 11h00.
Pedi-lhe para almoçar na escola e se ficasse mal disposto ir para o Hospital, disse-lhe que se ficasse com muita dor de cabeça na parte de trás ou à volta dos olhos, avisasse logo o professor ou a auxiliar, que estavam presentes.
O pai ficou um bocadinho aflito foi buscá-lo às 15h00 e levou ao Hospital por descargo de consciência, e porque a ferida estava sempre um pouco ensaguentada.
Aguarda pela pequena cirurgia para lhe porem um spray na ferida."

Resultado - Cabeça Partida:

22h35 - Então parece que a vontade do pai cá de casa em ir com o miudo ao Hospital acabou por ser incentivada por um telefonema da escola do miudo (tinha-lhes dito que o pai estava de férias), a dizer que aquilo estava cada vez mais com mau aspecto.

No Hospital a primeira médica que o viu disse que era pouca coisa e após perguntas da praxe, encaminhou-o para a pequena cirurgia para pôr o tal do spray.
Mas as coisas apresentaram-se mais feias, quando o segundo médico limpou e viu melhor, por isso acabou por levar 1 ponto.

Pai e cria estão bem, tendo em conta que o pai não pode ver agulhas aguentou-se muito bem e não desmaiou, o pequeno de 9 anos depois do seu melodramatismo inicial conseguiu deitar-se sem que ninguém estivesse em cima dele :D e recebeu os parabéns do médico por se ter portado tão bem!
4 horas dentro do Hospital... parece que hoje era o dia das cabeças partidas
Para a semana vai tirar o ponto, até lá não lavar a cabeça (!?), credo!
Agora está com um spray tipo cola/ penso que empasta o cabelo todo...
Não se queixa muito.

Tadinho do meu piqueno... aos 4 anos abriu o sobrolho na pré, e aos 9 uma cabeça partida... e eu que sempre me pude "gabar" de nunca ter sido cosida até há 6 meses atrás e nos partos pouca coisa.

Acabei por descobrir que o miudo achava que partir a cabeça era um bocado para cada lado (????)
PATARECO!! eheheheh

"ó mãe tira fotografias que é para eu depois ver, tá bem?"

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Começa o frio...



Começo eu a coçar-me!

Tenho um terrível prurido:
- nas mãos (articulações, polegar, costas da mão)
- nos joelhos (dos lados, mais acima nas coxas)
- nos pés (dedos, "joanete", planta do pé)

grrrrrrrrrrrrrrrr

É um quanto mais coço mais vontade tenho de coçar, depois fica super vermelho e incha (foto para comprovar).

Mas depois de aquecer... passa.
Fixe n'é?!

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Sabes, filho...


9 anos e 8 meses de ti.
Estás tão crescido...

Assim crescido como quem já sabe pensar sózinho, como quem já sabe tomar decisões sózinho, sabes? Crescido!

Rapazinho!
Tudo em ti está a crescer.
Mas não é aquele crescer de "aí tão fôfo e tal", não, estás a crescer para seres adulto, sabes?
Assim adulto como eu sou hoje, sabes?
Quero dizer que passou muito depressa, mas não, o tempo é igual a si mesmo, impiedoso e incessante.
Sabes que tu és alma da minha alma, corpo do meu corpo, sangue do meu sangue, sabes?
És um pedaçinho de mim.
És um ser feito de, com e por amor.
És meu filho...
Meu, de meu, sabes? assim de como quando saíste de dentro de mim e te tornaste independente físicamente de mim.
És meu tão naturalmente, meu filho.

Consegues ter o modo de agir, de sentir igual ao meu, chamam-lhe feitio.
Consigo ver-me nas tuas acções, ensinei-te desde cedo a saberes com que contar, moldando aquilo que eu saberia que irias pensar e envolver-te de uma forma a que se tornasse para ti mais fácil ultrapassar esta ou aquela situação.
Há coisas que terás que aprender sózinho.

És um rapaz educado e sossegado.
Já tiveste as tuas fases de reguila e traquina.
Hoje estás mais capacitado de sabedoria, de aprendizagem por isso te entreténs com algo que te faça reencontrar-te.

Palavras para ti são como ar para respirares.
Detestas não ter um livro por ler, tornas-te ansioso tal qual dependente se não tens nada para ler.
No Sábado passado levei-te a ter uma experiência que tenho a certeza que te recordarás para sempre - foste pela primeira vez a uma biblioteca.
Pasmado ao olhar para aquelas estantes e estantes de livros...
Como uma criança mimada a olhar para um carrinho de bonecas.
Tocavas e lias como quem desembrulha um presente.
Estavas tão tu, filho... assim diante de algo que há tanto tempo me pedias.
É estraordinário a tua paixão pelos livros, a tua entrega à leitura, o teu encanto ao segurar num livro novo.
O teu "posso levar mãe, a sério?!" entra no meu peito e entope a minha capacidade de complicar as coisas.
Gostas de entrar, escolher, esfolhear, cheirar o tema e levar.
Melhor do que lhe oferecer um livro é levá-lo a uma livraria e dizer-lhe "escolhe!"... os olhos deles até vibram de felicidade... é comovente.
É uma outra fase, sem birras, sem desejos de bens materiais comprados pela publicidade, é algo de maior, mais íntimo.
É tão dele.
Ler dá-lhe fluência de leitura, como uma amiga minha me alertou.
Estás numa fase de teres 3 lugares mágicos (*um mais do que os outros):
- A biblioteca
- A Livraria *
- O Video Clube

Estás um rapazinho crescido, gosto da forma como falas de acontecimentos, como que em forma de análise, tens sempre um comentário após qualquer coisa (benditas as nossas conversas no carro).
Num dos nossos últimos passeios sem regras ou limites, tirámos umas fotos a nós mesmos e esta mostra o quão "crescido" estás ao colocar a tua mão em cima do meu ombro... como que a proteger-me:

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Estimação


(ver as miniaturas lá ao fundo do aquário)


Há cerca de 1 mês a tia avó E. deu 3 peixinhos aos meninos cá de casa.
Então vamos às apresentações:
O Nani é o peixinho do Afonso, é o mais crescido, mais laranja e anafadinho.
A Lili é a minha peix(a), é uma g'anda maluca, gosta de dar mini pulinhos (sai ao pai dela que saltou aquário fora ao ver-se pai de tantos filhos :D).
A Rosinha é a do Rafael, é meia arisca, gosta de dar mordidelas e de sacudir a comida (deve pensar que é um cão).




Em solidariedade para com as famílias que perderam filhos durante a gestação. Associação Artémis

domingo, 12 de outubro de 2008

Intimidades


Numa relação a dois, para além da importância do amor, do bem querer, do carinho, do respeito e da amizade, a intimidade deverá ter um papel de relevo no dia-a-dia do casal.
A intimidade do tacto, do cheiro e do calor corporal.
Sem julgamentos, sem preocupações.
Nestes 10 anos de casamento a intimidade do meu casamento já sofreu grandes alterações e sempre para melhor.
É importante balancearmos o amor com o sexo.
Dar-nos a importância do prazer, seja do carinhoso seja do orgásmico.
Sem tabus.
Ao deixarmos para trás o cansaço muitas vezes mais psicológico do que físico e, focarmo-nos em querer e merecer ter prazer, é uma excelente fonte de paz e compreensão para o nosso casamento.
Ter relações intimas diárias obriga o casal a carinhos, a carícias, a preliminares capazes de nos fazer felizes - e quem é que não quer um pouquinho de felicidade todos os dias? nem que seja por breves momentos?
É um patamar da vida em que nos descobrimos como seres humanos independentes do nosso companheiro, capazes de nos amar fazendo o outro sentir-se amado.
Uma troca de sentimentos, toques e fluídos que nos garantem uma vida diária mais feliz, mais aberta e claro mais saudável.
Nada melhor para recomeçar uma nova etapa numa relação amedrontada pela insegurança e pela separação do que reaprender a amar, espiritualmente e fisicamente.
Fazer sexo pode fazer bem à pele, ao estado de espírito e ao casamento.
Sejam felizes na cama, mostrando-vos sinceros, que eu vos garanto que tornarão o vosso casamento num sucesso real e aprazível para os dois.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Diferenças maternais


O Afonso sempre foi aquele filho que mais chorou, o que mais mamou, o que melhor comia, o mais gordinho, o que mais gostava de agitação, alegria, de se sujar no chão, de brincar na rua... é o meu filho mais extrovertido.
Faltou aquele tempo que tive com o irmão, de sentar a fazer desenhos, de o incentivar a pintar.
Aos 3 anos sentia que ele deveria começar a ser mais estimulado durante o tempo que passava com ama, via que ele entendia a diferença entre o grande e o pequeno, o gordo e o magro, fazia bem aquelas actividades de encontrar a casa de um qualquer bonequinho, por entre várias opções.
Mas era sempre por pouco tempo.
Em casa eu pouco ou nada o incentivava, é verdade.
Ele rápidamente se cansava e eu para conseguir dar mais atenção nos TPC do Rafael, deixava-o ir brincar com o que quisesse, desde que não fizesse barulho.
Sei que agimos sempre de forma diferente, seja por falta de tempo ou por um acréscimo de responsabilidades.
Mas não consigo deixar de achar que ele precisa de saber estar sentado pelo menos até acabar de pintar uma bolinha...
Quando mudei para esta ama, pedi-lhe uma atenção especial, pois ele já tem 4 anos e esta fase de pré escolar é importante.
Hoje foi o 3º dia dele na ama nova, na escolinha nova como ele diz, continua a adorar! Fica como se lá estivesse há meses, e quando eu chego não tem pressa de se vir embora.
Mas como eu estava a dizer, hoje ao 3º dia o Afonso trouxe um desenho da escolinha, e vinha todo contente a mostrar o Sol, as nuvens, os passarinhos e as flores, tudo com as devidas cores.
Está no frigorífico.
Hoje mostrou-me como se faz o "A" e o "F" do seu nome.
Hoje aprendeu a identificar os números até 10 (já sabia contar) estavam as folhas penduradas na parede da escolinha.
Entusiasmada eu, e indo de encontro com a nova rotina que estou a criar cá em casa, sentámo-nos os 3 na mesa da sala a fazer os "tabáius", o Rafael já tinha feito os dele na escola na aula do apoio (com o professor dele) mas quis que lhe inventasse uns, e para o Afonso tinha um desenho para pintar (se acabasse jogava no meu pc um jogo... não jogou, mas pronto foi o 1º dia desta nova rotina).
Pois paciência é coisa que ele perde rápidamente (tem a quem sair - ao pai :D), pintou a orelha do cão (nada mau), entretanto estava a ensinar-lhe a fazer um boneco (até nem correu mal), mas o que eu mais gostei foi dele a mostrar-me como se faz um Sol, e as letras que a Z lhe ensinou (e falava enquanto escrevia, tal como ela lhe tinha ensinado).
Gostei muito desta ama.
E ele também!
Anda a comer bem, mas ela diz que tem sempre que insistir, porque ele diz logo que não gosta.
Tem dormido bem a sesta e tem andado no "baroiço" que ele adora!
O meu trabalho tem corrido bem!
Ainda nos andamos a ambientar aos novos horários.
Às 07h20 acordo-os
Às 07h55 tomamos o pequeno almoço
Às 08h15 deixo o Afonso na escolinha.
Às 08h30 deixo o Rafael na escola.
(sei com cada atalho para fugir ao trânsito :D)
Às 08h35 entro ao trabalho.
Às 17h35 espero pelo autocarro da escola que trás o Rafael quase à porta do meu trabalho.
(ainda não consegui perceber se não me compensará em termos de tempo ir eu buscá-lo)
Às 18h00 vou buscar o Afonso à escolinha.
Às 18h15 chegamos a casa, lavar as mãos, tirar os sapatos e fazer os TPC (os 3 sentados na mesa)
(banhos dia sim, dia não)
Às 19h00 tiro e ponho loiça na máquina
(às vezes dá-me a preguiça - como hoje :D)
Às 19h35 jantamos
(depois Tv - PS2 ou o que quiserem)
Às 20h00 já tenho a refeição do pai do dia a seguir pronta no frigorífico
Às 20h30 a mãe vem para o PC
Às 21h05 os meninos vão para a cama
Às 21h15 dou comida aos peixes.
Às 21h25 volto a tapar o Afonso que já voltou a levantar-se da cama
Às 22h00 apago-lhes a TV do quarto
Como em qualquer casa, os minutos podem sofrer alterações, principalmente quando se faz tudo sózinha, e durante os 15 dias que o pai faz noites parece que é ainda pior... hoje que está de manhã ainda não chegou... bom vou dar o leitinho ao Afonso (uma caneca com 3 colheres de Cerelac).

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Primeiro dia


O Afonso adorou a nova escolinha!
Ontem depois de muitos telefonemas, de visitas a creches, consegui encontrar ao final do dia a escolinha certa para o Afonso, aliás foi a única em que ele me largou a mão e foi "ver".
Estava tão ansioso pelo 1º dia que eram umas 06h00 veio ter comigo a perguntar "mãe amanhã vou à escolinha nova?", passada meia hora perguntava "mãe depois posso bincar com o picaxu?"
Sim filho... mas vai dormir mais um bocadinho, ainda é de noite...
Ficou na escolinha por volta das 09h45 e fui buscá-lo para almoçar às 12h35, ficou super bem, quando o fui buscar estava feliz da vida a brincar na relva, a ver o cãozinho bebé que a nova ama tem.
Fica perto da nossa casa, tem também muito espaço, um bom espaço à medida das crianças, o Afonso é o mais velhinho.
Desta vez posso adaptar a minha carga horária de trabalho em função do horário desta escolinha nova, o que é óptimo.
Quando hoje cheguei para o ir buscar e depois de falar um bocadinho com a ama, disse-lhe "anda Afonso vamos embora" ele perguntou-me "puquê mãe?"... a reacção dele diz tudo!
Viemos almoçar em casa e agora volta para a escolinha às 15h00.
Hoje não dorme a sesta.
Estou tão contente, por ele, por mim, por estar a conseguir dar a volta por cima... outra vez!

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Mãe profissional



Consegui!

É o recomeçar numa nova empresa, funcionalidades novas entregues à minha experiência nesta profissão.

Um novo desafio é assim que vou encarar esta fase da minha vida.

Vai exigir uma mudança principalmente na vida escolar do meu Afonso. E ele não é fácil a aceitar mudanças, seja de pessoas novas na sua vida, seja de espaços.
Já lhe expliquei que a mãe acabou as "férias" e que tem que ir trabalhar num trabalho novo, onde vai ganhar dinheiro para comprar comida e para podermos ir ao Mac (tenho que adaptar a realidade adulta à sua idade).
Com a ama dele a dar um novo rumo profissional à vida dela, a minha sobre umas grandes alterações, e tenho precisamente 2 dias úteis para resolver a situação de uma escolinha para o Afonso.
Ou seja, ainda não posso respirar de alívio por ter encontrado um emprego "à minha medida" em apenas 46 dias de desemprego.

Este ano lectivo do Rafael vai obrigar a uma atenção especial da minha parte.
Ele tem uma turma mista, com alunos repetentes do 3º ano.
O professor escolheu 9 dos melhores alunos dele e juntou-os aos mais atrasados do ano passado.
No início assustou-me, mas confio naquele professor, claro que como humana sei que ele não vai conseguir desdobrar-se a 100% para cada ano lectivo que está dentro de uma única sala de aula, por isso, tenho que me aplicar eu nos TPC junto com o meu Rafael.
O Rafael está ciente que este último ano do ensino básico tem que ser agarrado desde o primeiro dia de aulas, e que para o ajudar estou cá eu, mesmo que o professor faça a correcção dos trabalhos de casa, mais vale ele levar os trabalhos já certos do que corrigi-los à pressa na sala de aula.
Este ano somos uma equipa, ele relembra-me a matéria e eu ajudo-o nas dúvidas que ele possa ter, ou até a ajudá-lo a encontrar formas práticas de aprender.

Por isso este ano avizinha-se exigente para mim, serão 6 meses para provar o meu profissionalismo, uns 3 meses para o Afonso se ambientar a uma nova escolinha, e 9 meses de matéria do 4º ano.
Nada mau?!
Mas como já disse antes, eu vou conseguir, ai vou VOU!

domingo, 28 de setembro de 2008

Emoções


Adoro sentir.
Emociono-me com alguma facilidade quando estou entregue ao que vejo ou ao que ouço.
Seja quando ouço um artista a cantar e que é aplaudido exaustivamente, sentir aquela felicidade natural e sincera de reconhecimento versus árduo trabalho...
Seja quando vou a uma peça de teatro em que há actores merecedores de mérito e que no final da peça são atingidos pelos insurdecedores aplausos mantidos de pé pelos espectactores...
Seja no cinema, como me aconteceu ontem, em que chorei em dois especiais momentos do filme (Mama Mia), num que me tocou como mãe (e este é sem sombra de dúvidas o meu "calcanhar de Aquiles") e noutro que me tocou pela entrega da actriz à canção e à representação. Ri da simplicidade da história envolta num misto de sentimentos de saudade e cumplicidade.

Sou capaz de chorar ao ouvir histórias na TV, imagino aquela dor, aquela vida... tenho imensa facilidade em entrar na personagem.
Não consigo ver ou ouvir sem tentar perceber ou sentir.
Sem julgamentos.

Emociono-me pela simples beleza do sentir ou pela pureza do verdadeiro sentimento... aquele que causa um arrepio na pele, um aperto na barriga, um nó na garganta e lágrimas que rolam no rosto e lavam o sorriso esmagador nos lábios.

Vivi muitos anos fechada na frieza ingénua da idade, abri-me ao mundo quando me senti amada, deixei-me apaixonar e entreguei-me a uma outra fase da vida... à de dar sem esperar que se receba primeiro.
Sentir as emoções alheias é saber ouvir dando o nosso tempo à outra pessoa, é dar sem intenção de receber... e é das melhores coisas da vida.
A capacidade de parar para sentir o que o outro sente... é um dom, só pode ser!
Ter a riqueza de não pensar só no interesse próprio concerteza que será obra do bem.

Aprender a controlar as emoções é uma exigência normal da convivência em sociedade.
Saber aprender com os sentimentos dos outros é uma mais valia para essa convivência.

O que seríamos nós sem emoções?


sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Subsídios injustos

Como quem não quer a coisa, se existisse um escalão familiar de acção social para todos os desempregados, penso que acabaria uma lacuna grave (umas das) da nossa sociedade.

Se tenho um escalão entre a "pobreza" e a "riqueza" que já não me dá quaisquer ajudas escolares para os meus filhos, e se nem com a carta que comprova que estou desempregada o SASE da escola pública aceita rever o meu caso... então é normal que me sinta injustiçada com os "imigrantes," os "ciganos" e as "porcas"...
Sim, são aqueles que detém a grande (se não totalidade) dos subsídios de apoio, muitos nem sei o nome, mas as pessoas que desse escalão fazem parte sabem-nos na ponta de lingua.

Subsídios que me transformam... subsídios que fazem com que sinta discriminação no meu próprio país, país esse que adora bajular e fazer-se de "bem" para o estrangeiro, país esse que esconde os direitos das crianças ao tornar cara a educação no nosso país...
País esse que tenta a todo o custo manter vivos os dependentes de subsídios.

Todos os subsídios deveriam ser temporários, justos e verdadeiros.
Deveria existir pessoal do Estado a investigar cada caso, não só pelo papel (porque há gente a declarar no IRS coisas inconcebíveis), mas indo ver as casas, os carros e todos os bens superflúos. Deveriam balancear tudo e todos, os que nada têm, os que batalham diáriamente para terem, os que usam os filhos para viverem de subsídios, e os que educam os filhos para serem homens respeitadores e justos.

Ver estas injustiças, viver estas injustiças fazem-me ver sentimentos comuns a todo o mortal mas que só os conseguimos sentir quando somos postos à prova perante uma realidade dura de suportar.

Somos todos diferentes sim, mas há que educar para o melhor não para o pior (dando como exemplo engravidar cedo, ter pelo menos 4 filhos, trazê-los de arrasto, utilizá-los para pedinchar e rir na cara de todos os enganados que todos os dias se levantam para trabalhar, pagam as suas contas e se entristecem por não poder custear mais um descendente).

Os imigrantes (pretos, loiros, morenos ou brancos) são ajudados porque entram no nosso país para trabalhar naquilo que os portugueses não querem (dizem... não me parece que seja assim, posso nomear inúmeros locais em que é super dificil entrar como funcionária e vemos sotaques a trabalhar por lá... pois) e enriquecer o nosso país (que bela descrição técnica), quando já cá estão legalizados e têm filhos cá, é-lhes entregue um subsídio bonzinho porque como declararam muito pouco é-lhe atribuído o escalão mínimo (não que eles só tenham recebido aquilo, lembremo-nos das empregadas domésticas que não apresentam o que ganham no IRS), têm todo o material escolar pago, alimentação a custo zero e subsídio de transporte. Quem tem filhos nos seus países de origem pode trazê-los para cá, que o estado custeia, até a viagem se se souberem "mexer" bem com a burocracia. Depois passam a ter vários filhos, porque estas mulheres fecham os olhos às pilulas e preservativos entregues gratuitamente nos centros de saúde, e porque sejamos sinceros, ter filhos mantém-os no fantasiado escalão de miséria e com boas quantias depositadas pelo Estado mensalmente nas suas contas. E o futuro destas crianças será qual? umas salvam-se da "hereditariedade" outros copiam os seu modelos... mas mudar para quê?

Os ciganos vivem num mundo à parte e sempre o fizeram. O Estado fecha os olhos e deixa-os roubar electricidade, água, finge que não ver os LCD nas barracas ou os BMW estacionados à porta da barraca. Imaginem qual o escalão desta gente? pois está claro...

As porcas, são uma designação minha. Ou seja são as belas das portuguesas e portugueses que vivem na miséria básicamente porque querem, porque gostam! são mulheres e homens que tiveram traumas nas suas infância e que não os souberam ultrapassar. Vivem rodeados de filharada suficiente para os manter no escalão da miséria. Não procuram melhorar as suas vidas, não se entregam a um emprego melhor, não anseiam objectivos nas suas vidas, tem pouca ou nenhuma higiéne alegando falta de dinheiro. Vivem porcas porque desta forma têm não só as escolas dos filhos paga, como também sacos de alimentos das Instituições para o efeito. Muitas destas mulheres (novas) sofrem violência doméstica, ensinam às filhas como se deve esconder e respeitar os maridos, têm medo de mudar e falta de coragem para se amarem...

Os subsídios de miséria deveriam ser dados pelo nosso Estado com data limite, como provisório, como ajuda para melhorar o nível de vida destas pessoas.
Lembremos-nos dos homens que vivem nos cafés (tabernas) o dia todo (ou a tarde toda) a beber vinho, digestivos ou cervejas, sempre acompanhados do seu tabaco viciante... mensalmente deverão custear a sua miséria com uns bons 200€.


200€ é aquilo que eu estou a mendigar para deixar de pagar mensalmente, se o meu filho de 4 anos entrasse para o pré escolar público, porque quero trabalhar agora! e não quando o meu subsídio de desemprego terminar.
Não peço subsídios, peço uma vaga para poder continuar a batalhar por uma vida melhor, um futuro melhor para os meus filhos, para criar e educar 2 homens que enriquecerão este meu país tão cheio de injustiças e falsas verdades...

Desgraçados dos nossos velhos... um dia também serei um deles...
Não sou racista nem xenófoba.
Sou uma portuguesa (como tantas outras) vítima de discriminação, simplesmente por ser portuguesa, branca e querer trabalhar tendo como ordenado mais do que o vencimento mínimo nacional.

Mas eu vou dar a volta por cima, ai vou VOU!
E já agora... obrigada Estado Português por me dar o subsídio mínimo de desemprego para poder dar de comer aos meus filhos, depois de ter levado uma rasteira dos meus patrões e enquanto procuro um novo emprego.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Hospitalizando os pensamentos


No princípio deste mês, tive um familiar com um problema grave de saúde que acompanhei de perto.
De um dia para o outro foi internado e submetido a uma cirurgia complexa, demorada e sem certezas de sucesso.
Foram dias complicados ao nível de entrega física e psicológica.
Nunca pensei sequer em desisitir, principalmente pelo meu marido.
Nem sempre este homem fez parte da minha vida, mas desde que entrou nela que se manteve sempre ao meu lado, com todos os seu defeitos, tratando-me sempre como uma filha.
Tentei balancear o receio de um desfecho dramático com a esperança da recuperação.
Eu desacreditei, confesso, mas mostrava-me esperançosa para com aqueles a quem este homem chamava de filhos e mulher... para que eles se agarrassem mais à fé do que à descrença.
Consegui acompanhar e apoiar sem me tornar numa estranha.
Bebi o máximo de informação, absorvi o mais que pude emoções e sentimentos reais de pessoas verdadeiras.
Num Hospital é possível aprender-se tanta coisa...
Senti-me constantemente em formação.
Olhares de pessoas que viveram vidas diferentes e que se vêm em camas de um Hospital, dependentes de terceiros, pessoas que olhando bem para o fundo do seu olhar se consegue perceber que alcançaram a oportunidade de aprender que nesta vida ninguém pode jamais viver isolada, achando que consegue tudo sózinha.
Consigo ver tudo isto e sentir todos aqueles sentimentos.
Identifico crianças carentes e com um quê de mimo em homens e mulheres danificadas pela dor da doença.
Olho para pessoas que dão parte da sua vida para conversar com desconhecidos, de forma a que a sua estadia numa cama de Hospital lhes pareça mais humanizada, chamamos estas pessoas de voluntários.
Conheço auxiliares que mesmo cansadas da sua rotina, esboçam sorrisos e têm conversas amistosas com desconhecidos doentes.
Falo com enfermeiros que me fazem acreditar cada vez mais que se trata de uma classe médica que tem tanta importância na Saúde, que nem precisam de se intimidar com médicos recém formados peneirentos e cheios de teorias inoperacionais na nossa realidade.
Ouço médicos cientes da realidade, directos com a nossa realidade e humanos nas suas atitudes, gente com as teorias da faculdade bem assentes na prática, homens e mulheres experientes em doenças, em curas e nos insucessos da sua profissão.
Gosto deste misto de sentimentos e conhecimentos.
Ninguém nasce ensinado, nem para uma profissão, nem para sofrer uma maleita.
É preciso saber curar, mas também é preciso se saber ser doente.
Em ambas as situações o respeito é crucial.
Estes dias em que diáriamente estava no Hospital, ouvi lágrimas, senti corações de mães aflitos e vi olhares doentes ou doloridos... mas também engoli muitas lágrimas minhas, porque em todas essas situações me pude ver um dia... nunca ninguém está livre de nada.
Na zona da pediatria não entrei.
Mas como mãe, não consegui evitar de sentir uma mãe em especial, com quem me cruzei numa outra visita a outro entre querido que também estava hospitalizado. Esta mãe que não podia ir para casa já há 2 semanas, e tinha um filho de 3 anos e uma filha de 4 anos... e quando eles foram ver a mãe ao elevador eu estava a entrar nesse mesmo elevador... e naquele momento não consegui deixar de sentir aquele coração de mãe ao abraçar os seus filhos... e enquanto as portas do elevador se fechavam as lágrimas rolavam na minha face...
Trouxe muita coisa comigo daquele Hospital.
E a vontade de fazer um voluntariado naquele meio ficou ainda mais aceso em mim.
Um bem haja a todos os profissionais do Hospital de Santa Maria!
Que me fizeram ver que os Hospitais Públicos não são um bicho papão... sinceramente não senti diferenças humanas com os hospitais privados que conheço.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Renascer

Um começo com sabor a experiência.

Basta-me dizer que será um início do meu segundo blog.
Finalizado o "Para Os Meus Amores", nasce o "2 vezes".

O "2 vezes" é tudo o que na minha vida passou a ser mais do que um.
Seja a forma de pensar, repensando.
Seja a forma de amar, amando.
Tudo mais do que uma vez.

É bom chegar a um patamar de experiência de vida em que nos sentimos crescidos, mesmo que nos lembremos constantemente das crianças que fomos.
Ter um objectivo de vida íntimo e pessoal.
Saber para onde ir, conduzir um barco, gerir uma casa.
Maturidade é algo que cresce e se transforma diáriamente.
Gosto de me olhar e ver-me criança, gosto de me ver e sentir-me adulta.
O balancear da situação é o prazer que a vida me dá.

Gosto de mim.
Quero-me sempre disposta a enfrentar a vida.
Vejo-me sempre a respeitar os outros.
Orgulho-me sempre do meu perdão.
Sinto-me sempre uma boa ouvinte.

Acredito em muita coisa.
Gosto de ouvir histórias religiosas, daquelas que contém peças que consigo encaixar no meu puzzle pessoal.
E sinto-me feliz assim.
Vejo e revejo inúmeros sentimentos em almas diferentes.
E sinto-me humanamente real.

Tive momentos, dias e anos dificeis de suportar e de superar.
Aprendi demasiadas formas independentes de me defender.
Aprendi mais tarde a deixar de precisar de as usas, e fui feliz.

Sempre tive muita gana pela vida, por mais madrasta que ela tenha sido para mim.
Tento ver em cada pedra no caminho, ou em cada pessoa que entra nele, um propósito.
Talvez seja isso ver para além de... qualquer coisa.
E vejo que saber viver não é contar as horas, é sim descobrir uma forma de melhorar... qualquer coisa., fosse por uma gargalhada, por um riso ou por um odor... como se a paga por sermos verdadeiramente humanos residisse na generosidade e no perdão...

Gosto de me sentir mulher, de amar e ser amada, de dar e receber.
Julgo que todos nós buscamos a felicidade por entre a dor do desamor, ou por entre o cansaço da rotina.
Mas dar tem sempre que ser o início e não o fim.



Voltei a escrever palavras soltas envoltas num coração aberto.
Parabéns "2 vezes", por trazeres de volta a Dianamãe, por marcares um recomeçar de trocas de experiências.
Quero-te sábio para me saberes ouvir e sadio para te contar sobre as minhas crias.

Voltei porque gosto de tocar o íntimo de quem vem até cá por bem, de quem um dia ou hoje se sente infeliz e sem sentido de orientação... embrenhados no fundo do poço.
Eu sou a prova que há sempre uma luz ao fundo do túnel... basta acreditar em nós mesmos.
Faz 2 anos que renasci!