terça-feira, 24 de novembro de 2009

Sem explicação


Filho, o que te aconteceu ontem não se explica, apenas se agradece.




Quase todas as mães e pais podem contar um ou outro episódio nas suas vidas em que vivenciaram um milagre.
Quando tudo apontava para um desastre, heis que sem qualquer tipo de explicação científica um filho sai isento de quaisquer marcas a um acidente em que poderia ter ido parar a uma cama de Hospital.

Posso dizer que eu já vivenciei alguns bons milagres, com os meus filhos, e sempre que tal acontece tenho a percepção imediata de que acabaram de salvar a minha vida - o meu filho.
Enquanto embalo o susto nos meus braços, agradeço.

O primeiro milagre nunca se esquece - tinha o meu Rafael cerca de 5 dias de vida e estava a dormir tranquilamente na alcofa. Eu vou buscar o óleo (500ml - cheio) à mesinha de cabeceira mesmo junto à alcofa. Passo o óleo a cerca de 30 cm da sua cabeçinha e o frasco escorregou-me da mão. Ouço o barulho do frasco cheio a bater-lhe na cabeçinha de lado.
O milagre aconteceu de tal forma que ao pegar instantaneamente no frasco, o meu filho nem um choro deu, nem com uma marca ficou.
E eu agradeci e chorei muito também porque nunca tinha vivenciado nada igual...

Ontem a minha sapateira espelhada com 180cmx90cm cheia de sapatos, caiu em cima do meu Afonso.
Ele como está rouco pouco conseguiu chorar.
O tempo que parece andar tão devagar naqueles momentos, deixou-me tentar tirar-lhe o móvel de cima, quando a parte de cima do móvel estava a atravessar-lhe o corpo (cabeça, braço e as pernas estavam todas por baixo).
Quando agarrei no móvel e senti aquele peso imenso pensei que ele tivesse partido no mínimo um braço, pois seria impossível alguém safar-se assim, porque nem no meio ele ficou, é que apanhou mesmo com o móvel na pior parte possível.
Não consegui elevar o móvel na totalidade apenas o suficiente para que ele conseguisse sair... e ele conseguiu sair arrastando-se.
Fiquei surpreendida por ele ter conseguido porque senão não saberia como o tirar de lá, estávamos no corredor, não poderia pôr o móvel de lado e com ele ali mesmo não conseguiria erguer o móvel.
Peguei nele e tentei enfiá-lo dentro de mim e protegê-lo de qualquer mal...
Queixou-se de um cotovelo que pouco ou nada estava vermelho e explicou que estava a tentar abrir uma gaveta.
Na zona onde lhe caiu todo o móvel nem um vinco... nem uma marca... nada!
E eu agradeci e enquanto eu agradecia incrédula ele quis sair do meu cólo e brincar para o quarto.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Encarecer a educação dos nossos filhos

Ontem enquanto apreciava a reportagem da RTP1 sobre diferentes formas de perceber a procriação, deparei-me com algo que me arrepiou a espinha, o facto de apenas 1 criança de 9/10 anos gastar cerca de 1.000€ mensais só para sua auto contemplação.
Não considero que quanto mais se gasta com um filho, melhor serei eu ou será ele no futuro.
Se educar fosse assim tão linear tudo seria mais fácil de resolver.
Já por várias ocasiões pude constatar que o comboio da vida, muitas vezes não segue a direito, existem curvas no seu percurso e muitas vezes elas são tão apertadas que nos derrubam.

O ser humano tem uma característica universal - o facto de se habituar fácil e rápidamente ao que é bom, prazeiroso, agradável e fácil, quando acontece o contrário o seu eu interior, a sua força é que marcam a diferença.
Um dia podemos não ter tudo, podemos não ter como nem o que escolher, mas temos que ter a capacidade de nos levantarmos batalhando.

Assustou-me aquele valor, confesso. Imaginar que um ser que desde que nasceu vive para si mesmo, aprendendo que basta sonhar e pedir que terá, que conseguirá, sem qualquer tipo de esforço.
Assusta-me apenas o factor global daquela situação e não o pessoal daquela família.

Educar é colocar em pontos, um objectivo final.
Cada ponto significa algo que o educando tem que aprender sózinho, com ajudas é certo, mas aprender é algo individualista e único, para que possa funcionar uma qualquer aprendizagem.
O objectivo é o seu encontro com algo do seu eu interior (educando), sejam apetências sejam interesses.
Educar é sim estimular, mas não só o factor externo.
Materializar a educação torna o educando pragmático, materialista, egocêntrico e individualista.
Racionalizar a educação torna o educando analista, solidário, ponderado e abrangente.

Sei que nem sempre existem boas escolas públicas ao virar da esquina, mas com toda a certeza que num raio de 10 km encontrarão uma, que valerá a pena os km diários.
Actividades extra curriculares com valores simpáticos e acessíveis encontram-se igualmente em escolas públicas boas.
Para quem é céptico, podem acreditar que efectivamente existem!
Se existe muita mistura de raças, educações e culturas nas escolas públicas? pois concerteza, tal qual qualquer parte do Mundo.
Tornar o nosso filho capaz de manter os seus valores e respeitar os outros, sendo capaz de se fazer respeitado é um dos objectivo de educar.

Não sou drogada, não sou mãe solteira (daquelas que têm um companheiro mas que não o assumem perante a segurança social, nem daquelas mães solteiras que são divorciadas e recebem pensão de alimentos, nem daquelas mães solteiras que engravidaram e nunca mais souberam do pai da criança), não sou cigana (daquelas que vivem em barracos junto aos postos de elctricidade e fazem uma puxada), não!
Sou uma pessoa completamente normal, que me enquadro na grande maioria das famílias portuguesas que não vivem na pobreza mas que também não pertencem ao estatuto daqueles que ainda sobra dinheiro para umas férias fora do país.

Posso dizer que mensalmente gasto com os meus 2 filhos 180€, que incluí:
Rafael (08h00 - 17h00) A escola está aberta das 07h30 às 20h00 sem custos acrescidos
= escola pública de qualidade + almoço + lanche + basket + informática + dinheiro no cartão da escola + telemóvel
Afonso (09h00 - 18h00) Sim, aqui requer alguma flexibilidade de horário (no 1º ano será melhor)
= ensino pré escolar público + prolongamento + férias escolares + almoço + lanche + natação + tai-chi

Posso acrescentar umas idas ao cinema, uns fast-foods, umas gomas ao fim de semana, uns livros, uns jogos, uns brinquedos, como complemento materialista.
Posso também acrescentar uns passeios em família, umas pescarias, umas pedaladas, uns jantares e cafés com amigos, umas visitas a familiares, como complemento racional.

Claro que nem sempre em quantidade que EU OU ELES QUERÍAMOS, mas tento organizar o melhor que consigo o tempo, os horários, as disposições e as verbas disponíveis, para que possamos ser hoje mais felizes do que ontem!



segunda-feira, 9 de novembro de 2009

A gripe A e as Escolas dos meus



Hoje senti algo quando o meu Rafael me diz:

"mãe! sabes quantos colegas meus já apanharam a gripe A??"

(gluppp, então e aquela cena de se contar quantos já foram "apanhados pela gripe A, na Escola!????)

"Só um, mãe! sim só porque na turma do J já apanharam 3!"




É pá!!!!!! a coisa tá cada vez mais a ficar perto.
Do nosso grupo de amigos já 2 crianças foram "apanhadas" pelo vírus...


É que ó faxavôrzinho, era pedir muito se a "coisa" não apanhasse o meu Rafael??? é que senão a coisa vai ficar muito preta com o miudo internado no Hospital.

Até já tive que lhe começar a "lavar-lhe a cabeçinha" de que se apanhar vai ter mesmo que ficar a dormir uns dias no Hospital (por causa do pavor de dormir fora de casa - pavor ao escuro). É que isto é tudo muito bonito mas não vou poder deixar o miudo sózinho no Hospital!


Na escola do Afonso a coisa ainda se conta por quantos já ficaram de quarentena infectado com o H1N1...

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Eu por cá tenho um segredo


...

o tocar e ouvir as pessoas,
o comunicar com a sua dor ou desconforto,
o rejubilar com as suas conquistas ou alegrias,
o poder ajudar seja com a minha experiência seja com o meu conhecimento...

é o que verdadeiramente me dá aquele brilhozinho nos olhos!




Ando roídinha por uns pensamentos anormais
vulgo, fora da minha rotina, do meu normal
Ando numa de querer mudar de rumo profissional
completamente diferente daquele que me pertencia
Mas que ao mesmo tempo reanima um bichinho antigo
do fazer o outro sentir-se bem, através das minhas mãos
É possível até conjugar futuramente um outro bichinho meu
mexer com grávidas e bebés
Pode até me dar mais liberdade e dinheiro
ou seja tem tudo para dar certo





O único senão que eu vislumbro é a minha saúde... a minha coluna, em especial a hérnia cervical que se se lembrar de me pregar uma partida... deitará tudo a perder e a minha mobilidade dos braços poderá ficar condicionada.