quarta-feira, 21 de julho de 2010

Riqueza


Sinto-me rica

Sinto que tenho imensa experiência de vida
Sinto que respeitei sempre o que aprendi

Aprendi a observar
Aprendi a saber ouvir

Saber ouvir obrigou-me a ceder
Ouvir ensinou-me experiências de outros


Se há quem jure a pés juntos que, aprendemos mais e melhor sempre que passamos por uma privação, por um sofrimento, eu, tendo em conta a minha experiência de vida... acredito.

Mas não é meu costume acreditar piamente em todos os estudo psico-sociais, aliás levei toda a minha vida a fazer prova viva de mim mesma, que estão errados muitos desses testes e estudos.

Para além da educação que recebemos dos nossos pais, existe a educação que recebemos de todas as outras pessoas. Há que absorver o melhor de cada uma, há que saber fazer esse discernimento.

Eu eduquei-me muito bem.
Eduquei-me a aprender com a vida, ou seja, com as pessoas, não o que elas me ensinavam mas sim o que elas já viveram e como isso as influenciou, que tipo de sentimentos lhes provocaram no seu eu.
Então, misturo o que é meu, com o que é delas e obtenho uma forma de estar, que respeita acima de tudo a essência da vida, o respeito pela vida humana, pelas pessoas, pelos seus sentimentos.

Saber observar
Saber ouvir
Saber respeitar

Elevam-me a alma
Deixam-me orgulhosa de mim mesma

Hoje com quase 31 anos leio o meu diário de quando tinha 8 anos e assusta-me aquela maturidade, aquela forma de justiça, aquele sofrimento infantil, aquela conclusão tão certa e tão inapropriada para a idade...
É tão estranho... Aquela necessidade de me esconder de tudo o que era natural para crianças da minha idade, de me proteger, como se toda aquela minha vida fosse apenas um caminho dentre tantos que ainda tinha para consumir.
Hoje em dia já até há estudos sobre estas crianças diferentes, eu prefiro ver-me como alguém que procura neste tempo de vida, alcançar o seu eu melhor, para que beba desta oportunidade o meu bem estar de cariz universal.

Sempre acreditei mais no que poderia aprender com as pessoas, do que com livros dos quais não via propósito imediato palpável para o meu futuro.

O tempo de nos darmos às pessoas.
Dar sem ânsia de receber.
Ajudar apenas com o intuito de melhorar a dor de alguém.


Um dia gostava de escrever o livro completo da minha vida... mas seria um desgaste tremendo, daí que ainda nem o tenha conseguido sequer começar.
Mas talvez fosse importante ensinar aquilo que bebi dos outros, talvez conseguisse ensinar alguém a saber ouvir melhor, ou saber olhar e ver aquilo que os julgamentos mundanos e exteriores tantas vezes não nos deixam ver.



(escrito de rompante, em forma de pensamento interior)

2 comentários:

Tella disse...

Brutal!
Cristele

Autora de Sonhos disse...

...acima de tudo existe a educação dada pela própria vida....

bjs