sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Paranormalidades


São fenómenos que nos podem atingir.
São pormenores que nos incomodam.
São situações que nos assustam.
São coisas que se agarram.

É preciso algum jogo de cintura para se enfrentar apontamentos estranhos que planam nas nossas vidas.
É preciso ajudar para nos tranquilizar.

Sou sortuda porque sempre foi um detalhe que fez parte da minha família, por isso tenho uma facilidade em crer mesmo sem ver.
Respeito imenso.
Básicamente porque tenho medo! essa é que é a verdade.

Desta feita tocou-me de perto.
Desta feita já fiz o que tinha a fazer e quer acredite ou não, as melhorias estão visiveis.
Já vou começando a ter o meu marido de volta e é só isso que me importa
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Acreditar num futuro ditado parece algo irracional e descrente.
Quando nos toca a nós, o vermos acontecer algo que há anos atrás alguém nos havia dito que iria acontecer, faz-me crer, respeitar e tentar organizar-me para o futuro.
Ter na familia uma pessoa demasiado querida, transmite-me paz e segurança, ou seja ajuda-me a acreditar sem segundas intenções.

A minha primeira vez foi há 6 anos atrás, agora quis saber como será daqui a 5 anos.
E soube.
Tudo o que há 6 anos me foi dito, aconteceu.
O que me faz tentar me preparar para o que ainda me está destinado. Sem maluquices porque o prognóstico não é cor-de-rosa, mas já o "outro" dizia "quando se fecha uma porta, abre-se uma janela". E é um pouco assim.
Quando somos só nós a coisa até se leva, agora quando um dos nossos filhos está envolvido, já custa um bocadinho, não é nada de mal, apenas uma decisão minha irá magoar o meu filho.
Terei que ter algum cuidado, pois estou a criar uma pessoa, que ficará marcada para sempre pela educação que eu lhe der.
Vai-me obrigar a passar por uma privação tremenda. Mas que estranhamente me está a dar força para me preparar e para poder amparar os meus filhos.

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sábado, 5 de dezembro de 2009

Fantasias


Ainda sonho muito
Sonho acordada

Sonho vidas irreais com pessoas reais
Sonho situações possíveis numa realidade fantasiada

Falo sózinha
Tenho conversas com os meus sonhos

E gosto
Gosto deste meu segredo

Não tenho medo de mudanças
Apenas tenho que ponderar as condições para essas mudanças

Existem alturas em que me sinto mais lucida
E vivo apenas a minha vida real

Outras alturas sonho acordada
Uma vida que estaria disposta a ter.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Sem explicação


Filho, o que te aconteceu ontem não se explica, apenas se agradece.




Quase todas as mães e pais podem contar um ou outro episódio nas suas vidas em que vivenciaram um milagre.
Quando tudo apontava para um desastre, heis que sem qualquer tipo de explicação científica um filho sai isento de quaisquer marcas a um acidente em que poderia ter ido parar a uma cama de Hospital.

Posso dizer que eu já vivenciei alguns bons milagres, com os meus filhos, e sempre que tal acontece tenho a percepção imediata de que acabaram de salvar a minha vida - o meu filho.
Enquanto embalo o susto nos meus braços, agradeço.

O primeiro milagre nunca se esquece - tinha o meu Rafael cerca de 5 dias de vida e estava a dormir tranquilamente na alcofa. Eu vou buscar o óleo (500ml - cheio) à mesinha de cabeceira mesmo junto à alcofa. Passo o óleo a cerca de 30 cm da sua cabeçinha e o frasco escorregou-me da mão. Ouço o barulho do frasco cheio a bater-lhe na cabeçinha de lado.
O milagre aconteceu de tal forma que ao pegar instantaneamente no frasco, o meu filho nem um choro deu, nem com uma marca ficou.
E eu agradeci e chorei muito também porque nunca tinha vivenciado nada igual...

Ontem a minha sapateira espelhada com 180cmx90cm cheia de sapatos, caiu em cima do meu Afonso.
Ele como está rouco pouco conseguiu chorar.
O tempo que parece andar tão devagar naqueles momentos, deixou-me tentar tirar-lhe o móvel de cima, quando a parte de cima do móvel estava a atravessar-lhe o corpo (cabeça, braço e as pernas estavam todas por baixo).
Quando agarrei no móvel e senti aquele peso imenso pensei que ele tivesse partido no mínimo um braço, pois seria impossível alguém safar-se assim, porque nem no meio ele ficou, é que apanhou mesmo com o móvel na pior parte possível.
Não consegui elevar o móvel na totalidade apenas o suficiente para que ele conseguisse sair... e ele conseguiu sair arrastando-se.
Fiquei surpreendida por ele ter conseguido porque senão não saberia como o tirar de lá, estávamos no corredor, não poderia pôr o móvel de lado e com ele ali mesmo não conseguiria erguer o móvel.
Peguei nele e tentei enfiá-lo dentro de mim e protegê-lo de qualquer mal...
Queixou-se de um cotovelo que pouco ou nada estava vermelho e explicou que estava a tentar abrir uma gaveta.
Na zona onde lhe caiu todo o móvel nem um vinco... nem uma marca... nada!
E eu agradeci e enquanto eu agradecia incrédula ele quis sair do meu cólo e brincar para o quarto.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Encarecer a educação dos nossos filhos

Ontem enquanto apreciava a reportagem da RTP1 sobre diferentes formas de perceber a procriação, deparei-me com algo que me arrepiou a espinha, o facto de apenas 1 criança de 9/10 anos gastar cerca de 1.000€ mensais só para sua auto contemplação.
Não considero que quanto mais se gasta com um filho, melhor serei eu ou será ele no futuro.
Se educar fosse assim tão linear tudo seria mais fácil de resolver.
Já por várias ocasiões pude constatar que o comboio da vida, muitas vezes não segue a direito, existem curvas no seu percurso e muitas vezes elas são tão apertadas que nos derrubam.

O ser humano tem uma característica universal - o facto de se habituar fácil e rápidamente ao que é bom, prazeiroso, agradável e fácil, quando acontece o contrário o seu eu interior, a sua força é que marcam a diferença.
Um dia podemos não ter tudo, podemos não ter como nem o que escolher, mas temos que ter a capacidade de nos levantarmos batalhando.

Assustou-me aquele valor, confesso. Imaginar que um ser que desde que nasceu vive para si mesmo, aprendendo que basta sonhar e pedir que terá, que conseguirá, sem qualquer tipo de esforço.
Assusta-me apenas o factor global daquela situação e não o pessoal daquela família.

Educar é colocar em pontos, um objectivo final.
Cada ponto significa algo que o educando tem que aprender sózinho, com ajudas é certo, mas aprender é algo individualista e único, para que possa funcionar uma qualquer aprendizagem.
O objectivo é o seu encontro com algo do seu eu interior (educando), sejam apetências sejam interesses.
Educar é sim estimular, mas não só o factor externo.
Materializar a educação torna o educando pragmático, materialista, egocêntrico e individualista.
Racionalizar a educação torna o educando analista, solidário, ponderado e abrangente.

Sei que nem sempre existem boas escolas públicas ao virar da esquina, mas com toda a certeza que num raio de 10 km encontrarão uma, que valerá a pena os km diários.
Actividades extra curriculares com valores simpáticos e acessíveis encontram-se igualmente em escolas públicas boas.
Para quem é céptico, podem acreditar que efectivamente existem!
Se existe muita mistura de raças, educações e culturas nas escolas públicas? pois concerteza, tal qual qualquer parte do Mundo.
Tornar o nosso filho capaz de manter os seus valores e respeitar os outros, sendo capaz de se fazer respeitado é um dos objectivo de educar.

Não sou drogada, não sou mãe solteira (daquelas que têm um companheiro mas que não o assumem perante a segurança social, nem daquelas mães solteiras que são divorciadas e recebem pensão de alimentos, nem daquelas mães solteiras que engravidaram e nunca mais souberam do pai da criança), não sou cigana (daquelas que vivem em barracos junto aos postos de elctricidade e fazem uma puxada), não!
Sou uma pessoa completamente normal, que me enquadro na grande maioria das famílias portuguesas que não vivem na pobreza mas que também não pertencem ao estatuto daqueles que ainda sobra dinheiro para umas férias fora do país.

Posso dizer que mensalmente gasto com os meus 2 filhos 180€, que incluí:
Rafael (08h00 - 17h00) A escola está aberta das 07h30 às 20h00 sem custos acrescidos
= escola pública de qualidade + almoço + lanche + basket + informática + dinheiro no cartão da escola + telemóvel
Afonso (09h00 - 18h00) Sim, aqui requer alguma flexibilidade de horário (no 1º ano será melhor)
= ensino pré escolar público + prolongamento + férias escolares + almoço + lanche + natação + tai-chi

Posso acrescentar umas idas ao cinema, uns fast-foods, umas gomas ao fim de semana, uns livros, uns jogos, uns brinquedos, como complemento materialista.
Posso também acrescentar uns passeios em família, umas pescarias, umas pedaladas, uns jantares e cafés com amigos, umas visitas a familiares, como complemento racional.

Claro que nem sempre em quantidade que EU OU ELES QUERÍAMOS, mas tento organizar o melhor que consigo o tempo, os horários, as disposições e as verbas disponíveis, para que possamos ser hoje mais felizes do que ontem!



segunda-feira, 9 de novembro de 2009

A gripe A e as Escolas dos meus



Hoje senti algo quando o meu Rafael me diz:

"mãe! sabes quantos colegas meus já apanharam a gripe A??"

(gluppp, então e aquela cena de se contar quantos já foram "apanhados pela gripe A, na Escola!????)

"Só um, mãe! sim só porque na turma do J já apanharam 3!"




É pá!!!!!! a coisa tá cada vez mais a ficar perto.
Do nosso grupo de amigos já 2 crianças foram "apanhadas" pelo vírus...


É que ó faxavôrzinho, era pedir muito se a "coisa" não apanhasse o meu Rafael??? é que senão a coisa vai ficar muito preta com o miudo internado no Hospital.

Até já tive que lhe começar a "lavar-lhe a cabeçinha" de que se apanhar vai ter mesmo que ficar a dormir uns dias no Hospital (por causa do pavor de dormir fora de casa - pavor ao escuro). É que isto é tudo muito bonito mas não vou poder deixar o miudo sózinho no Hospital!


Na escola do Afonso a coisa ainda se conta por quantos já ficaram de quarentena infectado com o H1N1...

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Eu por cá tenho um segredo


...

o tocar e ouvir as pessoas,
o comunicar com a sua dor ou desconforto,
o rejubilar com as suas conquistas ou alegrias,
o poder ajudar seja com a minha experiência seja com o meu conhecimento...

é o que verdadeiramente me dá aquele brilhozinho nos olhos!




Ando roídinha por uns pensamentos anormais
vulgo, fora da minha rotina, do meu normal
Ando numa de querer mudar de rumo profissional
completamente diferente daquele que me pertencia
Mas que ao mesmo tempo reanima um bichinho antigo
do fazer o outro sentir-se bem, através das minhas mãos
É possível até conjugar futuramente um outro bichinho meu
mexer com grávidas e bebés
Pode até me dar mais liberdade e dinheiro
ou seja tem tudo para dar certo





O único senão que eu vislumbro é a minha saúde... a minha coluna, em especial a hérnia cervical que se se lembrar de me pregar uma partida... deitará tudo a perder e a minha mobilidade dos braços poderá ficar condicionada.

sábado, 24 de outubro de 2009

Ao 7º dia da sua morte


Ainda se vive numa penumbra que abafa a realidade...
Ainda se tenta interiorizar uma falta que se sente, uma presença desaparecida...
Ainda se espera que volte...

Sente-se a sua presença.
Seja nos hábitos, seja em risos que se ouviriam duma presença física, seja na saudade de o não ter.

A certeza da falta de sofrimento aquando da sua separação do físico/ material, apazigua a nossa alma.
Mas a falta que sentimos deixa-nos tristes.

Foram dias muito pesados para mim, mesmo como nora.
Tinha-o como um pai, extremamente presente e por isso sinto muito a sua falta.
Como nora protegi e amparei a sua mulher, a sua filha e o seu filho meu marido.
Afastei os seus netos, meus filhos, de toda a incerteza e dor da espera.

Coube-me a mim contar a morte de um pai a um filho e de um avô a dois netos.
E doeu...
E foi extremamente pesado...
Mas a dor maior foi a de contar aos meus filhos que adoravam aquele avô, tão presente na vida deles, que ele tinha morrido. Sem rodeios ou histórias de encantar, apenas simplicidade e com sentido universal.
... as lágrimas do meu filho mais velho corroeram-me a alma.
... o silêncio e inocência do meu filho mais novo apertam-me o meu peito.

Amanhã temos a missa em nome da sua alma e os netos irão estar presentes.

Paz à sua alma!

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Aneurisma na aorta


É uma complicação grave que já levou o meu sogro 3 vezes à mesa de cirúrgia.
Em toda a aorta (torácica e abdominal) existe uma prótese.
A aorta está demasiada "calcada" e "magoada", está sem força de vida... e sem ela não há vida.
Esta 3ª vez o aneurisma na aorta abdominal trocou a volta ao coração forte e saudável.

Estamos a combater o tempo da angustia de uma espera, com pouca vontade de esperar.
O fim já está traçado, menos o tempo que demorará até acabar.

Porque com todos os defeitos que o meu sogro possa ter, sempre foi como um pai para mim... nunca me deixou faltar nada muito menos aos meus filhos... esteve muito mais presente na minha vida, do que o meu próprio pai.
Porque tenho a sorte de ter os melhores sogros do mundo... dói cair na certeza de um fim aos 60 anos...

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

SAG - Serviço de Atendimento à Gripe A (virus H1N1)

Afonso

14H35 - Chegada ao SAG
16h30 - Triagem feita por uma enfermeira
16h55 - Nova triagem (falha informática)
17h05 - Atendimento feito por uma médica
clínica geral
...........(com pouca ou nenhuma experiência com crianças, a miudos tão pequenos não é feito qualquer teste para comprovar a presença do vírus)
17h45 - Chegada ao Hospital
17h50 - Atendimento feito por uma pediatra
(excelente atendimento)
18h05 - Saída do Hospital
............ Diagnóstico - FARINGITE
(medicação leve)






Sintomas:

  • Dia anterior:
    rouquidão
  • Noite:
    febre (38.7º - Brufen 06h30) + agravamento da
    rouquidão + dor de garganta + tosse + brônquios obstruídos
  • 11h00:
    telefonema - Saúde 24 (808 24 24 24 - opção 2) - enfermeiro

    mantém estado febril 36.5º - ainda sob o efeito
    do antipirético
    perguntas/ respostas
    não dar qualquer
    tipo de antipirético até chegar ao SAG
    Excelente atendimento.

Eu que andava muito longe da azáfama e alarmismo em torno no vírus H1N1, dei por mim ontem, a perceber o quão dramático e grave pode ser o meu Rafael contrair este vírus, por mais injusto que isto possa parecer, não era o Afonso que me preocupava (conheço o sistema imunitário deste meu filho)
Percebi que em minha casa, não tinha alcóol, nem qualquer tipo de desinfectante (agora na "moda").
Vi que ele pode andar bem perto, inclusivamente já apanhou gente do nosso grupo de amigos "íntimos", e... tive medo.

Numa manhã tive que organizar e desorganizar vidas independentes da minha, para o caso de se comprovar a Gripe no Afonso, para que pudesse afastar o meu Rafael deste perigo. Já tinha tudo controlado, para o caso de ser.
Ainda bem que não era... ok, talvez para já, mas talvez nem apanhe.
Se o meu Rafael ficar doente à conta deste vírus, terá que ser internado, porque ele é doente crónico e portanto de risco. É asmático, tem rinite, é alérgico à penicilina e não pode tomar Ventilan... que belo mix!
Estava mesmo muito consciente que apenas acontece aos outros...
Ontem tive um "abre olhos".

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Notas soltas:

SAG - zona de impacto
Pessoal médico e não médico a assar debaixo de pelo menos 2 camadas de roupa sintética, luvas que fazem transpirar, máscaras incómodas até dizer chega... e mesmo assim a trabalhar.
É um ambiente pesado, com crianças meio assustadas com tal aparato e pela forma como se isolam as pessoas (sem música e sem TV para distrair as horas que vão passando... e uma pessoa a assar).
Um bem haja aos dispensadores automáticos de gel alcoólico! muito o meu Afonso se distraiu à conta daquele automatismo :D
Tal era a exigência da higienização, que havia uma senhora sentadinha à porta da única wc disponível, pronta a limpar aquela divisão após a saída das pessoas
(pormenor).
Falha importante --- deveria haver 2 salas independentes, uma só para adultos e outra para só para crianças. Os sintomas e a forma destes se fazerem notar nas crianças são diferentes dos dos adultos, por isso são mais os adultos efectivamente infectados do que as crianças que são encaminhadas para este serviço por exigência de uma série de planos, e que acabam por estarem mais expostas.

Sala da Gripe na Urgência do Hospital:
Serviço extremamente bem organizado, com atendimento pessoal, simpático, directo e rápido.
Não deixa de ser confuso o aparato de gente completamente tapada a vir buscar a criança à sala comum... basta imaginar a visão de alguém com apenas alguns anos de vida e com pouco mais de 1 metro de altura.
Resta aos pais ajudar a criança a ver tudo aquilo como uma nova forma de o ajudar a ficar bom.

Ficou a experiência.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Resultados nas novidades

Ensino Pré-Escolar 2009/2010
5 anos

Hoje foi o 2º dia, hoje tivemos direito às primeiras lágrimas a escorrerem pela bochecha.
A primeira semana foi composta pelo complemento, pelas auxiliares desse mesmo complemento, por vezes a auxiliar principal ía à sala para os ir conhecendo pouco a pouco.
Ontem foi o dia oficial do começo das "aulas" dos pequenitos.
Nova sala (ao lado), nova "professora" e auxiliar.
Novos brinquedos, desta parte ele gosta, é uma sala mais completa.
Mas houve miudos que não estiveram na semana passada, ou seja, choram.
O meu que estava preparado para a coisa... não resiste a chorar ao ver outros a chorarem.
E mais beijinhos e mais abraçinho, e mais "não te esqueças de me vir buscar, ok?".
Tadinho.
Muita conversa (2 minutos) e digo-lhe, "tem que ser, filho", e combinamos encontrarmo-nos na janela (do lado contrário à porta), para que mais meninos e respectivos pais, possam entrar.
Pela frestinha da janela conseguiamos ouvir-nos um ao outro.
Conheço o meu filho e ele tem que ficar sem chorar, porque se for contrariado consegue correr atrás de mim, especialmente se alguém o tenta agarrar, se fosse comigo também me iria sentir presa e obrigada... que horror!
Conversei, expliquei-lhe que o ía buscar depois do lanche, disse-lhe que ele não podia ir para casa (como me pedia), porque o mano também não estava lá e eu tinha que ir trabalhar para ganhar dinheirinho para poder comprar-lhe a "bracelete dos transformers" que ele tanto quer.
Por uns segundos ao olhar para uma lágrima a correr-lhe pela cara abaixo, com um vidro a separar-nos, senti um aperto no estômago... mas ele já tem 5 anos e compreende as coisas.
Com conversa de mais 6 minutos a coisa compôs-se, ele foi assoar-se e eu disse "até logo, môrzinho".

5º ano do 2º Ciclo 2009/2010
10 anos e meio
Ao 3º dia de manhã sai do carro, na rua perpendicular à da escola, atravessa na passadeira e entra na escola, sózinho.
Quando sai ou à hora do almoço ou ao final da tarde, sai sózinho da escola e vai ter comigo à dita rua perpendicular à escola.
Sem qualquer contacto visual... é um grande passo para mim e acredito que para ele também.
É um largar para o encontro de uma responsabilidade.
Estou a prepará-lo para que depois possa ir a pé fazer um trajecto bem maior.
Está a gostar das novas responsabilidade, sente-se mais adolescente.
Tem uma meta como objectivo profissional que pretende alcançar, e isso é extremamente positivo! Compreende a escola como um meio para alcançar um fim, o que foi sempre muito pretendido e ensinado por mim.
Gosta dos intervalos e gosta de ficar com os colegas o máximo de tempo possível, nem que para isso em vez de usufruir de 2 horas para almoçar, basta-lhe uma e a outra é passada na escola.

Chegar a esta etapa requereu da minha parte um grande planeamento, falo de 6 anos de organização e disponibilidade.
É um trabalho constante o educar para a escola, explicando a sua função e não criando um melodrama sobre os problemas políticos entre o pessoal docente, pois não lhes diz respeito como alunos.
Acredito que é demasiado importante o acompanhamento dos alunos no 1º ano de escolariedade, o mostrar entusiasmo por ver os materiais escolares, conhecer os livros, muito antes do início das aulas.
Entusiasmo escolar é muito importante para os focar nos objectivos.
A escola é um meio.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Rafael - 1º dia

......................................................... 5.º ano ................................................. .......

Tal era a ansiedade da noite anterior que recorri a um anti histamínico bebível diferente do que costumas tomar para a rinite.
Conseguiste descansar.
Acordaste eufórico.

Chegaste à escola cheio de vontade de conhecer, com o espírito de que é a melhor escola onde poderias estar a estudar. Encontraste amigos.
Olhei-te e vi-te cheio de atenção, a absorver o máximo que conseguisses.
Deixei-te ir e deixei-te ficar com o meu coração de mãe o mais descansado possível.

Fui-te buscar e estavas enquadrado, feliz da vida, histérico para me contares cada pormenor daquilo que outrora também foi meu.
Continuas extasiado com a mudança, seja de sala de aula, seja de carteira, seja de professores, seja de novas responsabilidades.


Tiveste colegas mais velhos a mostrarem-te os recantos da escola e algumas regras que deverás cumprir.

Tens professores que foram meus professores e até meus colegas.
Quando lá andei sempre fiz tudo para poder estar lá o maior tempo possível, porque sempre me senti: bem, protegida e cuidada.
Quando deixei esta escola, pude comprovar a grande diferença do ensino público e daquele ensino... senti muitas saudades, das regras, dos costumes, do respeito, carinho e atenção de todo o pessoal docente e não docente... da educação.
Voltei para poder terminar os sacramentos, voltei para ajudar aos Sábados. voltei para fazer parte dos antigos alunos, voltei para escolher quem consagrasse ao meu matrimónio... voltei para entregar o meu filho.

É uma escola diferente, onde o aluno e a sua educação estão sempre em primeiro lugar.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Afonso - 1º dia

.......................................................... Pré - Escolar ..............................................


Correu dentro da normalidade.

Muito miminho, algumas lágrimas e pouca vontade de ficar num espaço novo.

Valeu a salinha do complemento à família (antes do início das "aulas") ser mesmo ao lado de onde o mano costumava ficar, por isso ele acabou por preferir ficar com as auxiliares de lá.

Comeu 3 colheres de sopa e uns bocadinhos de massa e carne.
Mas parece que acordou com a auxiliar da sala dele que amanhã comia 5.

Quando o fui buscar, estava contente, e quando eu lhe perguntei se tinha gostado da escolinha nova ele fez-me um sorriso de orelha a orelha, como só este meu filho sabe fazer... e assim me disse tudo!

Estragou-me o dia, saber que me queriam fazer passar por parva, ao quererem me cobrar um valor extraordináriamente mais alto do que aquele que efectivamente me compete pagar.
Claro que tive que levar uma carga de nervos para casa, desembrulhar uns Decretos Lei e uns Despachos na net, e saber os endereços de e-mail correctos... para poder ter a confirmação de quem manda... assim está melhor.
Amanhã "me aguarrrrrdem!!!

domingo, 6 de setembro de 2009

Rescaldo da festa


Ainda dos 5 anos do Afonso.
Hoje foi a festinha com os amigos pequenos, grandes... e caninos!
Adorou!
Ao ar livre!

sábado, 5 de setembro de 2009

As escolas deles - novas etapas


Este ano lectivo tenho 2 estreias.
Foram 2 escolhas meticulosamente e pacientemente planeadas.

É muito bom receber a confirmação de 2 projectos muito ansiados por mim.


O pequeno vai entrar para o Jardim de Infância da EB1 onde andou o irmão durante estes últimos 4 anos. Começa na 2ª Feira.
O grande vai entrar na minha escola dos grandes. Como "é minha" ele tem direito a muitos professores "meus". Começa na 6º Feira.

É um passo muito grande para ambos e estou muito feliz por eles e pelas escolhas educativas que fiz.

Para tudo estar bem, precisava de um bom empurrãozinho profissional para mim, que já bem mereço, em vez deste sacrifício que está a ser gerir os encargos com os livros, equipamentos e materiais escolares dos 2.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Parabéns filho



5 anos de ti

P a r a b é n s filhote!

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Malandrice


Na véspera de completar uma mão cheia de anos de vida, foge pela janela...
Tal era a pressa de ir brincar para a casa dos amigos/ vizinhos do prédio de frente.

O que valeu foi que a rapidez com ele colocou uma mesinha pequena junto à janela grande da sala, saltou para a rua (nem sei como é que ele não partiu qualquer coisa), tocou numa campainha de uma vizinha qualquer (ele não chega ao andar deles), conseguiu que lhe abrissem a porta, subiu as escadas, tocou á campainha, agarrou-se ao irmão a chorar a dizer que tinha saltado da janela, e o meu Rafael me ter ligado a dizer que ele estava lá... não deve ter chegado a uns 8 minutos.
Veio recambiado para casa, entrou pela janela com que saiu (peguei nele ao colo - directamente das cavalitas do amigo) e foi direitinho para o quarto de castigo!
Hoje esteve cá em casa um bebé de 6 meses e eu estava no quarto com ele quando isto aconteceu.

Tive pena dele, porque o que ele queria era ir brincar... porque estamos na véspera do aniversário dele e ele fartou-se de chorar sentido... mas não posso dar o braço a torcer porque ele fez uma coisa muito feia e perigosa! e por isso mesmo não pôde ir a casa dos amigos brincar.


É para teu bem filho... não vivemos na "santa terrinha" onde todos se conhecem e a maldade anda meio escondida... aqui há malucos sem vergonha alguma, ao virar da esquina...

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Velho eléctrico



Vale muito a pena... uma voltinha, ou melhor duas voltinhas!!

Uma ida e outra volta.

sábado, 15 de agosto de 2009

Algo


Existe algo numa praia ao princípio da noite... com um manto de nevoeiro...
Muito mais relaxante e "zen" do que no início do dia.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

P A R A B É N S ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! !

e os meus anos já estão "casados"

... para mim!!

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Os meus desenhos animados

(desligar a música do lado direito)

OS MEUS PREFERIDOS
Podíamos não ter o "Panda", mas tinhamos muito mais qualidade no que víamos na televisão.





























ainda tenho a K7

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Que horror...

A minha insónia de ontem tinha uma razão terrível para acontecer...
Porque o enorme sofrimento de uma prima estava a chegar até mim sem eu perceber... e a foto que eu escolhi para o post desta madrugada... sem palavras...


Quando julgamos que não nos acontece...

A filha da minha prima de apenas 6 aninhos de cabelo loiro e olho azul, esperta e teimosa, morreu ontem afogada na piscina de uns amigos...

Demasiado doloroso...

Ouvir a dor daquela mãe...

O saber que não há nada a fazer...

Que se perdeu... para sempre...

Vou lá ver se a minha frieza de ver as situações dolorosas consegue transmitir alguma tranquilidade para se tomar determinadas medidas, necessárias nestas alturas...
Mas é demasiado forte... vamos apenas chorar... há tempo para tudo, até para se chorar na morte de alguém...

Irmandade largada

Aquela casa acaba por fazer-me mal.
Ir lá lembra-me muita coisa... foram 3 anos muito intensos.
O meu irmão fez 13 anos. Está naturalmente enorme, crescido, cada vez com um ar diferente.
Deixou de ser o meu bebé.
Vivi a gravidez dele de uma forma muito presente.
Ele era aquilo que eu sempre tinha pedido aos meus pais, era agora apenas meu meio-irmão mas para mim isso não era nada importante.
No dia que eu fazia 17 anos entrava ele porta a dentro. Eu já o conhecia bem, já tinha estado com ele desde que entrámos no Hospital e ela ficou internada.
Era um bebé amoroso, tratei dele como um filho, embalei-o na sala para que ela pudesse descansar, e amáva-o imensamente. Tinha imenso orgulho de o mostrar às minhas amigas.
1 ano em pleno, de entrega total àquela criança, como se de um filho se tratasse.
Mas a minha vida sempre foi um turbilhão de acontecimentos.
Acabei por deixá-lo com pouco mais de 1 ano de idade... mantive na minha mente que "longe da vista, longe do coração"... mas custou muito.
Um ano depois fiquei grávida e acabou por ajudar à saudade.
Muitas vezes não lhe respondi quando ele me perguntava quando é que ía lá a casa...

13 anos depois sinto que perdi imensa coisa dele, perdi pequenas coisas como o cheiro, aquele amor que nos enche os olhos de lágrimas de emoção quando sopram as velas.
Vejo-o muito mais apegado à outra meia irmã e isso baralha-me o pensamento.
Nada de ingratidão... ainda bem que ela começou a ligar-lhe mais desde que eu saí de casa, como que a recuperar o lugar que eu tinha deixado na vida dele. Um dia ela disse-me que ela lhe falava de mim para que não se esquece-se de mim.
Eles têm uma ligação forte.
Eu tenho pena de os ter largado, a ela também, porque acabámos por viver momentos únicos de cumplicidade e amizade como se fossemos irmãs de verdade.
Mas seria tão complicado se assim não tivesse sido...

Quando o larguei ao ter saído daquela casa, não tinha intenção de o perder de vista... mas a situação complicou-se e entre os adultos e os seus julgamentos, foi aí que tomei a minha decisão de não deixar que o utilizassem como arma entre adultos.

Porque sinto falta de o ouvir chamar mana, da mesma forma que sinto saudades de chamar pai.
Porque não o trago mais para perto de mim, porque não quero me sentir na obrigação de deixar os meus filhos irem para casa dele sem mim.
Porque será sempre uma convivência minada de desconfiança... porque eu sei e porque proteger os meus filhos é maior do que proteger o meu pequeno irmão...
E é uma escolha pouco fácil de digerir.


Era tão fácil ter uma família banal como tantas outras, daquelas que discutem que berram uns com os outros e depois tudo acaba resolvido sem ressentimentos.
A mim calhou-me uma família escondida em segredos, que prima em esconder todos as emoções e nunca falam abertamente, sempre entre suposições e idealismos.
Cansa...
A 3 dias de completar 30 anos de vida, sinto-me presa a um passado demasiado penoso.
A família que me calhou será sempre a mesma, todos precisamos de um pai e de uma mãe, tenham eles os defeitos que tiverem.
Sinto-me presa a memórias felizes que me proporcionavam tranquilidade e felicidade, assim bem pequenas mas daquelas onde tinha um pai e uma mãe e uma casa.
Cansa fazer contas e divisões, quando se trata de pessoas únicas na nossa vida.
Crescemos a pensar que crescemos e construimos a nossa família e pronto. Não! a nossa família também é aquela que nos criou.
Somos uns seres que para além de não terem sido feitos para viverem isolados, conseguem-se multiplicar, assim como o amor se tem que multiplicar, as atenções também, o tempo também.
Depois vemos o tempo a ir-se, tudo a crescer e nós com a sensação de termos feito pouco.

Cheguei a uma etapa da vida que sinto que ainda tenho tanta coisa para fazer, tantas conversas difíceis que não vou querer ter, outras que talvez merecessem a pena ter e tantos perdões já dados a um tempo que me levou parte de mim e que não volta atrás, mas que será sempre uma pedra no meu sapato.

Queria apenas ter que tomar decisões que envolvessem a família que gerei, porque a outra tem tantos fantasmas, tantas falsas-verdades, que não sei se a morte não traria mais verdade ao de cimo, o fim de um capítulo que por mais que eu sentisse falta do seu abraço como antigamente, nunca seria nem o mesmo nem verdadeiro. Se tiver que ser, o meu perdão já está dado porque não o fazer não iria mudar rigorosamente nada, mas julgo que virem pedir a minha decisão demonstraria dignidade para com a minha pessoa. E aí tudo ganharia outro sentido e eu menos problemas.
Apenas não queria que jogassem comigo novamente e não suporto a ideia do meu irmão poder sofrer
com isso.


Apenas problemas meus, às 04h00...

sábado, 25 de julho de 2009

Coisas do filho-grande

Hoje pela 1ª vez ficou em casa sózinho, enquanto eu fui com o irmão ao cinema.
Parece tão estranho... mas eles crescem mesmo!
Ficou porque quis e porque não queria ir ao cinema, porque desde os "Transformers" na Cinemax o miudo ficou muito "incomodado" com o som, especialmente.

Lá fui eu com o "piqueno" que se comporta lindamente sempre que está sózinho.
Melhor ainda, a sala do cinema era só nossa, e era tão pequena comparada com a cinemax (sou fã desta sala e em vez de ir ver um filme qualquer, ligo e pergunto o que é que estreou na cinemax :D gosto mesmo daquilo, mas num horário pouco acessível dos adolescentes que credo! são cada vez mais parvinhos não sabem estar calados e vão sempre à matilha, não tenho mesmo pachorra), tivemos direito a um intervalo como eu chamo de personalizado, ou seja, saimos fomos aos xixi e voltámos, sentámo-nos e pronto, as luzes vão diminuindo e começa o filme.
Achei giro. Adoro salas de cinema vazias :D
Fomos ver o IGOR, mas não é grande coisa, até nos conseguimos rir de vez enquando, mas é pobrezinho* para se ver no cinema, é filme para se ver em DVD no nosso sofázinho.

Claro que quando lá cheguei, enviei sms ao Rafael, no intervalo voltei a enviar-lhe sms, ele também me enviou um, e voltei a enviar-lhe sms quando saímos.
Nesta coisa da separação física, as novas tecnologias ajudam MUITO!
O filme é pequeno e a distância que fica da nossa casa também não é muita (eu e os atalhos).

O meu adolescente, sim que ele no final da escola chegou à conclusão que aos 10 anos já está na adolescência, diz que um colega tinha visto no telejornal da RTP1 (é por essas e por outras que eu quase nunca vejo esse canal) a dizerem que a partir dos 10 anos já era adolescência.
Nestas férias tem ajudado imenso nas tarefas cá de casa.
Arranjei um ajudante a tirar-me a loiça da máquina e a arrumá-la (excepto os tachos e plásticos), está sempre disposto a levar o lixo para o contentor.
Ajuda-me a manter as coisas no sítio próprio e até a aspirar os quartos.
Claro que estamos na fase da mesada, hoje falámos e acertámos 20€ por mês.
Diz que quer guardar o dinheiro para comprar uma PSP, que seja então.
E diz uma frase que eu adoro "mãe queres que te ajude em mais alguma coisa?" - espectacular!!


* Por exemplo o "Harry Potter" que fui ver na semana passada, em comparação com o anterior, está também pobrezinho.
Tem do tipo 2 ou 3 cenas giras que assustam e fantasiam a ficção, de resto é a lamechice de adolescentes.
É giro, mas muito longe das sagas "Harry Potter" cheias de emoção e de realismo.
E acaba de uma maneira muito parva, do tipo vejam o episódio seguinte... lindo portanto.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Viagens, meios e sonhos

Viajar para o estrangeiro nunca foi o meu forte.
Às vezes penso nisso... em nunca ter o sonho de viajar e consumir horas de avião, ou beber outras culturas diferentes da minha. Nem penso sequer em provar outros sabores ou texturas... sou muito esquisitinha.

Já saí de Portugal, mas poucas vezes, e nunca para nenhum destino paradisíaco, ou com o intuíto de viagem de férias.
Já andei de avião, já viajei dia e meio dentro de um autocarro sem wc. Ficou a confirmação do bom que foi andar no primeiro transporte e no terrível que foi passar tantas horas dentro do segundo transporte.
Já andei de mota e de barco a remos, numa canoa e num smart.
Aprendi a conduzir num Jipe e já conduzi uma Autocaravana, uma carrinha comprida, um carro de 2 lugares, um BMW top de gama (vulgo "avião") e claro outros carros "normais".
O comboio é um meio de transporte excelente! adoro a sensação de liberdade, de descanso sentada no bar da carruagem, do conforto que se escolhe e do tempo para pensar pelo caminho.
Já gostei mais de conduzir por essas estradas a fora, do que hoje em dia, pode-se culpar a minha coluna e o que ela é capaz de me fazer sofrer.

Gosto das paisagens do nosso Portugal, dos lugares pouco turísticos e dos recantos paradisíacos que por cá anda, detesto locais minados de gente.
O dinheiro que não me sobra é o que me mantém mais tempo no mesmo distrito.

Mais do que sonhar com uma viagem a um local menos turístico do Brasil (é o único "sonho" turístico que gostava de visitar - coisa do tempo de miuda), anseio fazer pequenas grandes coisas, antes de morrer, tais como:

  • visitar a Ilha das Berlengas,
  • gostava de ir ver os golfinhos ao Estuário do Tejo,
  • ir a Castanheira de Pêra ver a praia artificial e acampar perto do rio,
  • queria levar o Afonso (1ª vez dele) ao Zoo de Lisboa e ao Oceanário,
  • queria levar os miudos à Kidzania, ao Sea World e ao Zoomarine,
  • queria conhecer o Gerês e as praias algarvias,
  • queria andar outra vez no ascensor da Nazaré e levar os miudos a experimentar,
  • queria sair à noite e ouvir música ao vivo tranquilamente, a sós com o meu marido (ou com os amigos mais próximos) poder beber um pisang com laranja sem preocupações e enfrentar a timidez e agarrar o microfone para um karaoke,
  • gostava de ir ver novamente o Carlos do Carmo a cantar ao vivo,
  • queria uma semana sózinha num SPA sem telemóveis e sem internet e outra semana só com o meu marido, para que pudessemos ter a nossa lua de mel nunca gozada,
  • gostava de experimentar jogar bowling,
  • queria experimentar fazer a depilação numa esteticista e uma limpeza de pele também,
  • gostava de fazer um cruzeiro com o meu marido pelo mediterrâneo,
  • gostava de ter aulas de canto e de poder frequentar um health club.

São apenas apontamentos que gostaria de poder experimentar.
O meu aniversário está para muito breve
Do You Know What I Mean, Mr. Euro Milhões?!

terça-feira, 21 de julho de 2009

Eu sou filha de um divórcio

Tive uma ocasião em que julguei estar a viver fora de mim, como se conseguisse ver-me a mim e às pessoas que me rodeavam... quando numa sala em penumbra dei com ela inaminada, baralhada e com uma vontade de terminar com uma vida que julgava só a atingir a ela. Lembro-me de ter sido eu a pressentir, de insistir que voltassemos a casa, de ser a 1ª a entrar em casa e de a chamar, e de ouvir um "deixa-me!!" de ouvir a embalagem a cair no chão, de alguém ter entrado, de outro alguém me ter levado para fora de casa, de a obrigarem a levantar-se, a andar, dela não querer, dela gritar que queria dormir, de eu me sentir perdida, assustada. De vê-la entrar no carro contrariada a gritar que queria morrer, de vê-la a abrir a porta do carro em andamento e cair... alguém se lembrou de me tirar dali.
A revolta do fim de um amor, levou-me parte da minha vida e deu-me outra sem medo mas com mais reponsabilidade.
Passei a dar-lhe mais importância a ela do que a mim. Protegê-la era o que me fazia viver. Tentei da melhor maneira possível protegê-la da minha verdade e deixei-a apenas sofrer o desgosto dela.
Aguentei todas as bofetadas psicológicas, muitas abafadas em sedativos outras inundadas de líquido.
Comi e calei.
Sonhava poder dar-lhe uma casa melhor, e nunca que ela olhasse para o que me estava a obrigar a viver.
Tive saudades de amigos que fui perdendo por nunca estar muitos anos numa mesma casa, senti-me isolada e carregada de solidão.
A violência das palavras era tão grande que aprendi a fazer daquele jogo a minha defesa e tudo o que eu sentia julgava eu que deveria ser o mais protegido possível, para que nunca ninguém soubesse que podia haver tamanho sofrimento enclausurado.
Tinha 11 anos e a obrigação de viver 3 vidas. A minha, a dela e a dele. Nenhuma delas me fazia feliz. Ele um dia perguntou-me o que eu achava daquela situação e eu defendi-a a ela e não a mim, foi a única vez que senti que alguém se tinha lembrado de mim.
A vida dela era minada de desamor, angustia, revolta, raiva, desgosto e desânimo.
A vida dele era minada de noitadas, amigas, objectivos egoístas, trabalho e paixões.
A minha vida era minada por todas essas coisas, que me obrigaram a viver com eles.
Eu sabia que não havia volta a dar, afinal era eu que via a cama dele cheia semana após semana, os abraços, as festinhas, os risos sexuais nas noitadas em que eu tinha que ir com ele.
O ele que ela conhecia não existia, o ele com quem ela viveu não era verdadeiro e ela não sabia, mas eu sabia. Nunca os quis juntos novamente e ela não entendia e eu não lhe dizia para que ela não sofresse ainda mais.
Cansei-me de acordar e não saber onde estava.
Chorei tanto sem ninguem ouvir e sem ninguém que quisesse ouvir.
Vi-a a magoar-se quando desesperava por um abraço, um carinho, como aquele com quem viveu a fazia sentir-se amada e acarinhada.
Chorei por vê-la a dar-se sem querer, por ver que eles não a viam como ela queria, e depois ela chorava, e eu ouvia-a sem ela saber.
Eu ouvi tanta coisa, eu percebi tanta coisa que nenhuma criança deveria sequer imaginar.
Quando fui chantageada por ele para ir viver com ele, percebi o que ele estava a fazer e ele fingiu que era apenas um conselho. Bati a porta do carro dele, entrei na casa dela e perdida naquilo que era meu, ou dela, ou dele, fechei-me uma vez mais na casa de banho e chorei ao ver que quem me devia proteger acima de tudo, sempre brincou comigo como bem quis e pouco se importou se eu era ou não era feliz.
Secamente disse-lhe a ela que ía para a casa dele, alegando 3 anos para ti 3 anos para ele.
Protegi-a de uma condenação que ele me vendeu como sendo possível, em troca de viver com ele, e comprometia-se a ajudar-me no meu objectivo lectivo - medicina.
Tudo se mostrou uma grande mentira, como grande parte dos meus primeiros anos de vida.
Desabafei numa composição sob o título "filha de um divórcio", antes de ir viver com ele. Tive a melhor nota e também a hipótese de poder desabafar com a professora. Assim o fiz numa tentativa desesperada de salvamento. Chorei no ombro dela e julguei-a minha salvadora... infelizmente ela nada fez e para nada serviu eu ter desabafado pequeno pedaços da minha dor. Nessa altura tive a confirmação que não deveria desabafar, que o meu sofrimento deveria ser mantido em segredo, porque era muito grave e sem salvação.

Vivi durante anos o sonho de um dia alguém me chamar e dizer que aqueles não eram os meus pais, que aquela não era a minha vida.
Queria tanto me sentir querida, acarinhada e protegida.
Finalmente aos 18 anos conheci o meu marido que me mostrou que era possível, que afinal nada estava mal comigo, apenas o sofrimento dos meus pais me tinha atingido ficando eu no meu da vida deles.
Ao criar a minha vida pude apreciar de fora parte do meu sofrimento, de toda a minha infância e adolescência e captar a forma extraordinariamente madura e responsável como sempre, não só defendi a minha mãe, como me consegui manter em cima do bote em vez de me alagar em vícios para compensar a amargura em que vivia suterrada.


A todos aqueles que acabaram de ler este texto, por favor olhem as crianças filhas de um divórcio como sendo o ponto fundamental e mais precioso de todo o processo. Não como falam os livros, mas sim com a consciência física, com que se deve tocar nestas crianças, com que se deve falar com estas crianças. É importante parar para pensar que quem deve ser julgado e punido são apenas os 2 protagonistas de uma relação que acabou.
As crianças que devem ser geradas através de uma amor entre 2 seres, nunca devem ser usadas como arma para ferir o outro.
PAREM!
Nenhuma criança, nenhum filho deve viver o divórcio dos pais!
Eles não se divorciaram de nenhum dos pais!
O erro é VOSSO!
Assumam-no com dignidade!
Respeitem o ser que veio ao mundo sem pedir para viver em 2 casas.
Digam-lhe o quanto o amam! Digam-lhe a verdade, guardem o rancor para quando a crianças estiverem longe.
Não se agridam com a criança a ouvir. Uma coisa é discutir outra é se insultarem ou falarem mal um do outro na ausência do agredido.
Pensem muito bem antes de optarem pela guarda conjunta. É terrível acordar e ficar uns segundos demasiados longos e angustiantes a tentar descobrir de quem é aquela casa.
Partilhem a vida dos vossos filhos, não os queiram só para o retirarem ao pai ou à mãe!
Ponham-se no lugar das crianças antes de qualquer decisão!
Mais importante do que decidir com quem é que fica o abajour comprado em Peniche, é saber balancear a vida de um ser que se vê obrigado a dividir-se.
Pensem nisso!

Eu sobrevivi a muito sofrimento (infelizmente a muito mais do que aqui descrevi) e percebo hoje que foi para passar a palavra o motivo que não me fez perder-me pelo caminho, afinal tive todas as portas abertas, mas mesmo assim mantive-me sempre no meu caminho, e acreditem que os pedragulhos eram demasiado afiados para eu os pisar.



É a primeira vez que falo nisto...
chorei baba e ranho ao reviver aqueles momentos,
mas lavei a minha alma ao saber que alguém pode
aprender um pouco mais sabendo como se pode sentir
um filho de um divórcio.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Desânimo profissional

Caminhando a passos largos para as três décadas desta vida, revejo-me numa
busca... numa busca pela tranquilidade, pela segurança e pela estabilidade.
.
Sinto-me francamente matura, conhecedora da minha capacidade telepática e sensorial e aceito-me assim. Encontrei-me como pessoa, mas perdi-me como humana.
.
É francamente difícil viver num mundo, onde todos os dias se vão perdendo as boas vontades interiores em prol, do embelezamento exterior.
Canso-me desta precaridade mundana, irrita-me o tom exagerado dado a certas situações...
Anseio conseguir entrar plenamente no barco desta obrigação materialista, para o nosso bem financeiro.
Quando, finalmente, me revejo em peças deste puzzle, sou bombardeada com rasteiras... mas volto a levantar-me com uma capacidade interior ainda maior do que antes, o que me surpreende e me desanima ao mesmo tempo, pois vi que me dei sem ver, a um "quem" que nunca deve ter sentido a dor de ter que contar moedas para encher a barriga dos filhos...




... e malditos torcicolos que não me largam e que me obrigam a andar "encolarada"

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Cinema

A grande diferença de ir ao cinema é que há quem vá ver um filme e há quem vá viver o filme.

Eu vivo os filmes, dentro da tela, em perfeita abstração do mundo real, lá - lá dentro.

Estas fotos tirei-as do lugar exacto de onde estava, sem qualquer tipo de zoom, pena que a câmera não tem um campo de visão lateral como as pessoas, porque aí sim era possível viver a tela - em imagem.























Esta sala de cinema (é a minha preferida) que tem uma mega tela, som do melhor, vibrações sonoras reais, não é efectivamente para toda a gente, é preciso apreciar e gostar de viver a sala.
O meu filho mais velho não me acompanha nesta paixão... hoje após um rapto da escola (já pré combinado de véspera) pude constatar que o puto é assim meio pró traumatizado com a escuridão e que pior até no cinema!! e a tela como é grande dá-lhe "arrepios".
Resumindo o miudo passou o filme todo (é grande, aviso já, mas sim vale a pena), longe de mim e mais perto da porta de saída, e quando eu digo mais perto quero dizer com a mão na abertura!!! santa paciência :D

terça-feira, 23 de junho de 2009

Adereço novo



Por acaso gostei daquele PD (professor doutor) Neurocirurgião.
Simples, claro, de discurso fluído e bem exemplificativo.

Depois de uma conversa de 20 minutos, "obrigou-me" a levar os desenhos que ele tinha rabiscado no papel, para me lembrar das posições erradas e prejudiciais para a coluna que eu não devo fazer. Confesso que uma das posições demonstradas me custa a ter porque me causa dor noutra zona da coluna.

Isso porque pelas palavras dele, o mal começa na cervical com aquilo que ele diz ser uma hérnia (antiga protusão discal em C5/C6), ao evitar a dor cervical provoco dor torácica (aqui a escoliose dextro-convexa de muitíssimo grande raio da metade superior da coluna dorsal, ajuda à "conversa"), ao evitar a dor torácica provoco dor lombar (acentuada lordose lombar).

Gostei deste PD porque para além de me ter dito que eu já aprendi a defender-me da dor (adoptando determinadas posições e eliminando outras), me mostrou soluções, dicas para a diminuição de dor e de desconforto, sem impingir logo medicamentos ou cirurgias.

Mais uma vez ouvi que a natação em especial nadar de costas seria uma mais valia para mim, de forma a dar mais músculo a áreas que se encontram inanimadas por posições da coluna.
Ajudando assim a uma correcta postura sem obrigações que me causam dor.

Trouxe um pedido para uma nova RM, mas sem pressa, de preferência quando voltar a ter a dor persistente no braço, só para se confirmar a alteração do prognóstico de há dois anos atrás.

A única imposição é mesmo o uso do colar cervical semi rígido sempre que estiver muito tempo na mesma posição, para evitar a dor e um agravamento da situação.
Por isso não é para eu o usar sempre, apenas quando estiver a fazer algo que me obrigue a uma posição repetida e que ponha em causa a zona cervical/ braços (conduzir mais de 15 min seguidos pex).

Agora estou a usá-lo e posso desde já dizer que esta brincadeira tem graça apenas os primeiros 3 minutos...

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Mais uma voltinha


A meu ver, Neuro Cirurgia é pior do que Neurologia...


Com toda a certeza que o meu quadro clínico sofreu alterações... tendo em conta os sintomas que não consegui esconder...


Consulta a marcar.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Afinal pode acontecer!

Por vezes, a grande maioria das pessoas acredita que para além das coisas más só acontecerem aos outros, quando se tenta ajudar alguém, alguma causa, as ajudas ficam sempre pelo "meio" em mãos alheias.

Mas o "milagre" existe, a força da boa-vontade chegou à Martinha. http://ajudaramarta.blogs.sapo.pt/

Tal como pode acontecer com tantas outras crianças e adultos que aguardam um dador compatível.
Adorei ter feito parte deste movimento que tão bem foi organizado, tendo como causa maior a vida da Marta.
Fiquei estarrecida ao constatar que funcionou!
A Marta encontrou um dador compatível!!

Muitas felicidades aos pais, à Martinha e a todos que tão bem souberam criar este movimento de doação de medula óssea!

Um bem haja a todos que tal como eu, participaram e são dadores de medula óssea!
Afinal pode sim acontecer!!

sábado, 23 de maio de 2009

Chavala

Episódio nos correios:

"Ah mas já viu estes puzzles! São do Ruca!"
(esta é a mulher a tentar-me vender um puzzle - isto dos correios venderem agora "quase" tudo...)
"Não obrigada, estes puzzles são de 25 peças e o meu filho "dos puzzles" já passou essa fase"
"Então mas são 25 vezes 4, pois são 4 puzzles! Que idade é que ele tem?"
"Já tem 10 anos."
"??? ah??? Teve-o com 15 anos?? Ai desculpe, mas é que não parece nada ter um filho de 10 anos!!"
(a outra que estava do lado também ficou a olhar para mim como se eu fosse alguma ave rara)
"Ahahah, olhe como eu digo sempre - que continuem a dizer-me isso quando eu tiver 40 anos!"



Episódio na fila do MB:

Chegam 3 raparigas que trabalhavam no mesmo edificio que eu no ano passado.
E ficam as 3 paradas a olhar para mim com os meus filhos ao lado, com um ar que é quase indescritível, uma delas não resisitiu:
"Ahhh não me diga que estes são os seu filhos??? tão grandes!!"



Tenho 29 anos e um filho com 10 anos.

Sinto-me uma chavala com um filho a caminhar para a chavalice dele...

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Maternidade independente

Dou por mim a pensar que sou uma mãe que não vive para os filhos.
Vivo por mim primeiro.

Tenho uma necessidade humana de me sentir independente deles, de me sentir mulher, de me sentir livre.
Gosto de ir passear sem eles, de ir ao café sem eles e demorar horas por lá na conversa.
Amo ir ao cinema sem eles, ver os filmes que eu gosto.

Delicio-me no silêncio de uma tarde quente deitada nuns lençóis frescos.
Perco-me na sensação prazeirosa de não ter preocupações com as refeições.
Sinto saudades de quando não tinha responsabilidades domésticas.

Não sou uma mãe possessiva, egoísta, imatura, presunçosa, irreflectida, distante nem sufocante.
Sou eu mesma cheia de defeitos aos olhos de certas mães e carregada de virtudes aos olhos de outras mães.
Ser mãe é uma ascensão da alma.
Creio nisso como um ensinamento da vida.
Renasce-se quando se empurra para fora no nosso corpo, parte da nossa alma.
Ninguém pode ficar indiferente a este turbilhão de sentimentos.

A maternidade é algo extremamente carnal e forte.
Não termina quando as nossas crias aprendem a gostar de algo diferente do nosso gosto, nem quando simplesmente querem seguir o seu caminho, tenha ele os pedragulhos que tiver.

São nossas crias mas ao pari-las demos-lhes o direito a ter vida própria, independente.
Saber largá-las quando chegar a hora é uma mais valia para o seu desenvolvimento físico e psíquico, seja em que idade for.
Precisamos largá-los para poderem caminhar sózinhos.
Precisamos largá-los para aprenderem asneiras.
Precisamos largá-los para poderem pensar.

Afinal somos todos independentes uns dos outros.
Mas isso não quer dizer que sejamos menos importantes uns para os outros, não.

O homem que eu escolhi para namorar, para entregar a minha virgindade, para ser pai dos meus filhos, para ser meu amigo, meu companheiro, meu amante, disse-me ainda andávamos nós nas pesquisas corporais que -- "a minha liberdade termina quando a tua liberdade começar e a tua liberdade termina quando a minha começar".

Também nesta relação matrimonial a independência tem o seu lugar de mérito.
Eu preciso do meu espaço, do meu tempo. Ele precisa do dele.
Como casal temos uma liberdade não só de espírito como também de convivência.
Claro que nos persegue uma confiança e uma amizade que nos garante a segurança amorosa necessária para aceitar o espaço independente um do outro.
Creio ser primordial numa relação.

Não consigo aceitar que se vive em função de... filhos ou de maridos.
Vivemos por nós mesmos, por nos aceitarmos, por evoluirmos pessoalmente e profissionalmente, por sabermos viver em sociedade, por sermos mais!
Só sendo mais qualquer coisa, é que poderemos estar aptos a dar aos outros pedaçinhos da nossa experiência, para podermos passar o testemunho e aproveitar esta divisão de papéis que a vida nos propõe.
Viver em função de alguém é escondermo-nos numa vida que não é nossa.
Os filhos crescem e saiem da barra na nossa saia, os maridos perdem-se na nossa passividade e não nos reconhecem, quando só olhamos para eles após perdermos os filhos já adultos e, prestes a quererem viver de forma independente da nossa.
Valerá a pena viver em função de alguém, neste mundo que roda sem parar e nesta vida que acaba sem avisar?

Eu amo os meus filhos, não preciso de o justificar nem de o demonstrar a toda a hora em público. Não vivo em função das opiniões alheias. Vivo em função da minha auto estima, do meu propósito nesta vida e disto fazem parte cada pedaçinho de alma que entrou no meu caminho, seguindo lado a lado comigo, seja por laços familiares, carnais ou emocionais.

Viver é aprender.
Aprender não é ler nos livros. É viver a vida com todas as suas amarguras e risadas, sem estar amarrada a nenhuma outra vida.
Viver não é nos escondermos atrás da vida dos outros, achando que assim nunca se irão esquecer do quão são importantes para nós.


É tão bom descobrir que viver não é esquecermo-nos do que e de quem nos rodeia, é sim percebermos que somos importantes para quem amamos e para quem nos ama, dentro do espaço/ liberdade de cada um.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

A minha coluna

Defeituosa... e assustadoramente preocupante...
Sei por algumas imagens que tirei dela há uns tempos atrás, sei pelos incómodos nos braços que tenho, sei até pelas pontadas dolorosas e incapacitantes com que já acordei a meio da noite ou com que já me debati de manhã, sei também pela dor ao respirar quando acelero o passo... até vou sabendo...
... o que ainda não tinha, era... visto.
E é muito feio e perturbante de se ver.

Uma foto tirada na brincadeira, que me veio mostrar aquilo que sinto há tanto tempo.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Uma causa - medula óssea

Eu sou dadora de medula óssea desde Sábado passado.

Há muito que queria atingir esta meta, já tive os papéis preenchidos, faltou-me sempre disponibilidade para ir a Lisboa.
Um email recebido no meio de tantos, heis que a forma com que tudo me pareceu bem estruturado me fez chegar até à Marta --> http://ajudaramarta.blogs.sapo.pt/

Cheguei e já passava da 970 dadora e apenas tinham passado 2 horas desde que o colégio abriu portas para receber os voluntários.
Tantos eram eles... que bom!

Excelente organização, tudo estava a funcionar lindamente, nenhum tempo de espera e a vontade de chegar a quem possa ser compatível com a pequena Marta ou com tantos outrs pequenos/ pequenas e crescidos e crescidas que esperam por um dador compatível.

Não dói retirar 2 frasquinhos de sangue, ainda para mais com a inovação da "borboleta" deixámos de ter a mão de uma enfermeira a abanar a agulha dentro do braço enquanto falava, e passámos a ter uma borboleta colada ao braço. Muito mais fácil, não faz tanta impressão.

Um pequeno aparte do qual não gostei, que foi o facto de estarem a cobrar á saída da colheita, os cafés da máquina, e as fatias de bolo a quem já tinha ido dar 2 ampolas de sangue e entrado assim na base de dados dos dadores de medula óssea. Não gostei dos 0,50€ de cada coisa que se consumia. Não gostei que apenas me tenham dito o preço do café após me terem servido. Não gostei porque já fui dar sangue e nunca me tinham pedido dinheiro pelo mini-lanche (café e uma fatia de bolo caseiro). Não gostei que não estivesse afixado o preço nem para o que servia, se apenas pelo custo do artigo se era a favor de alguma coisa).
Apenas esse "à parte", de resto estava tudo, como já referi, extremamente bem organizado, tomara muitas destas angariações trabalhar tão bem como esta da Marta corre(u).

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Fotografia de grupo


Demora sempre muito tempo a tirar.
Dantes demorava porque a máquina tinha que aquecer.
Agora demora porque o clic digital demora os segundos necessários para não apanhar um sorriso ou os 2 olhos abertos...
Para remediar a coisa, nada melhor do que duas a tirar ao mesmo tempo!
Mesmo que não dê para imprimir para a recordação, sempre dá para recortar e tirar uns sequência giras.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Remodelações



Com a ajuda dos rendimentos obtidos no http://daminhapratua.blogspot.com pudemos ganhar espaço no quarto dos miudos.
Estamos quase a conseguir chegar ao resultado pretendido.
Mais uma vez obrigada a todas as pessoas que contribuiram indirectamente para que os meus filhos possam se sentir melhor no seu próprio quarto!
Julgo ser importante mostrar onde foi o dinheiro aplicado, visto desde o início sempre ter afirmado que era este o propósito.